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Ativistas realizam campanha pelo fim dos acordos Brasil–Israel, chamam ato dia 3

Ativistas, incluindo deputados e jornalistas, reivindicam embargo militar a Israel [Reprodução]

As manifestações integram os esforços para denunciar o genocídio conduzido por Israel na Faixa de Gaza, que chega a seu nono mês no próximo domingo (7).

Estão previstos atos em ao menos seis cidades, além de diversas atividades.

Em São Paulo, a manifestação ocorrerá nesta quarta-feira, 3 de julho, às 17 horas, na Avenida Sargento Mario Kozel Filho, em frente ao Comando Militar do Sudeste (II Exército), próximo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

A iniciativa, parte da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), reúne mais de cem organizações, entre elas, a Frente Palestina São Paulo, as Brigadas da Verdade e da Paz, a organização Sanaúd — Juventude Palestina, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o coletivo Vozes Judaicas por Libertação, entre outros partidos e associações solidárias com a causa palestina.

 

A campanha segue também com o mote pelo fim da ocupação e do apartheid na Palestina e pela total ruptura de relações entre Brasil e Israel.

Nesta segunda-feira (1°), às 18 horas, Andressa Sorares, coordenadora para América Latina do Comitê Nacional Palestino de BDS, conversará com o canal Tutaméia, no YouTube, ao comentar a conjuntura e a campanha em curso.

O chamado coincide com a suspensão de 60 dias da assinatura de um contrato com a fabricante de armas Elbit Systems, para o envio de 36 viaturas blindadas de obuseiros 155mm às Forças Armadas brasileiras. A suspensão expira na próxima semana.

Segundo informações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria avalizado a compra, a despeito da oposição de setores do governo. A medida arrisca colocar o Estado brasileiro como cúmplice de Israel — réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia — nas violações na Palestina ocupada.

Apesar de pressões internas e uma contenda acalorada com o regime israelense, que o declarou persona non grata, Lula ainda posterga a ruptura de laços.

O atual governo reconheceu o genocídio e declarou apoio à denúncia sul-africana em Haia. Recentemente, Brasília retirou seu embaixador de Tel Aviv.

LEIA: ‘Genocídio mais horrível desde Hitler’: América Latina reage a massacres em Rafah

Ativistas alertam, porém, que as ações, embora positivas, não são suficientes.

Conforme o chamado do BDS: “O Brasil tem a oportunidade de ir além das palavras e dar passos concretos para pressionar Israel a acabar com o genocídio em Gaza e desmantelar o seu regime de apartheid. Esperamos que o Estado brasileiro cumpra suas obrigações internacionais, começando pelo rompimento imediato dos acordos militares e de segurança pública com Israel”.

 

“Não podemos mais ser um país que condena o genocídio do povo palestino com palavras, mas, na prática, financia e mantém contratos de cooperação com o regime israelense”, ressaltaram as organizações participantes.

Para saber mais e aderir à campanha, acesse o link.

Em nove meses, a ofensiva israelense a Gaza deixou 37.877 mortos, 86.969 feridos, dez mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados, além de uma epidemia de fome sob cerco militar absoluto — sem comida, água ou medicamentos.

Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Pelo rompimento das relações do Brasil com o estado de Israel

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Palestina: quatro mil anos de história
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