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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Revelado empresário de tecnologia por trás da rede de ódio contra palestinos

Um homem usa um telefone celular mostrando logotipos de plataformas de mídia social em Istambul, Turquia, em 08 de junho de 2024 Didem Mente/Agência Anadolu]

Uma campanha de ódio liderada por apoiadores de Israel foi descoberta, revelando uma rede de propaganda antipalestina e antimuçulmana espalhada pelas mídias sociais. Uma investigação do Guardian expôs um grupo chamado Shirion Collective, uma rede de desinformação pró-Israel, orientada por conspirações, que tem atuado ativamente na formação da opinião pública nos EUA, na Austrália e no Reino Unido sobre o ataque militar de Israel em Gaza.

No centro dessa operação está Daniel Linden, um empresário do setor de tecnologia baseado na Flórida que foi identificado como o principal agente por trás da Shirion Collective. Diz-se que Linden co-escreveu um guia para os usuários do OnlyFans. O defensor sionista tem sido fundamental na coordenação dos esforços do grupo por meio de várias mídias sociais e plataformas de crowdfunding.

O Shirion Collective se descreve como uma “rede de vigilância” e se orgulha de uma plataforma com uso de A chamada Project Maccabee. Suas atividades incluem o assédio a ativistas pró-palestinos, incluindo muitos judeus críticos de Israel, oferecendo recompensas pelas identidades de manifestantes pró-palestinos e divulgando narrativas de conspiração centradas em figuras como George Soros.

As atividades do grupo incluem a prática particularmente preocupante do doxing, que envolve a revelação de informações privadas ou de identificação de indivíduos sem seu consentimento. De acordo com o Guardian, a Shirion começou a oferecer o que descreveu como “recompensas” para identificar pessoas envolvidas em protestos pró-palestinos. Essa campanha, lançada no final de 2023 no X, anunciava um esquema “Insiders Against Antisemitism” que prometia “Dinheiro por grandes informações privilegiadas”.

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As recompensas aumentavam de acordo com o status ocupacional do alvo, variando de US$ 500 para identificar um estudante até US$ 10.000 para um político. O Shirion publicou dezenas de ofertas de recompensas desse tipo e afirma ter pago a indivíduos que ajudaram o grupo a identificar críticos de Israel. Recentemente, em 19 de junho, o grupo alegou ter pago US$ 1.000 pela identidade de um manifestante. Essa abordagem sistemática de doxing não apenas viola a privacidade dos indivíduos, mas também os coloca em risco de assédio ou violência.

Além do programa de recompensas, a Shirion tem constantemente expressado e incentivado a islamofobia e o ódio contra os palestinos. De acordo com os principais especialistas em islamofobia, as redes pró-Israel e sionistas são um dos cinco pilares do ódio antimuçulmano que têm aumentado. Os outros quatro são compostos pela rede de extrema direita, think tanks neoconservadores, aparatos estatais e comentaristas liberais.

Diz-se que Shirion comemorou repetidamente a morte de palestinos em Gaza, incluindo jornalistas e crianças. Em uma postagem particularmente assustadora, em 27 de abril, ele respondeu a um vídeo que mostrava a destruição em Gaza postando “Love that Gaza looks like that now” (Adoro que Gaza esteja assim agora), acrescentando o acrônimo “FAFO” (“f**k around and find out”).

O coletivo também comemorou a violência policial dirigida a manifestantes pró-palestinos nos EUA e supostamente endossou a violência contra jornalistas que caracterizou como “marxistas”. Em uma postagem de 5 de maio que retratava um ataque a manifestantes em Denver, Shirion escreveu “LIKE & SHARE to make this more common” (Curtir e compartilhar para tornar isso mais comum), incentivando efetivamente a violência contra manifestantes pacíficos.

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Os esforços de propaganda do grupo vão além do discurso de ódio direto e incluem a disseminação de desinformação e teorias de conspiração. Apesar de afirmar ser um oponente do antissemitismo, o grupo promove regularmente teorias da conspiração que os especialistas consideram implicitamente antissemitas.

Ele também compartilha teorias da conspiração sobre muçulmanos, incluindo uma que projeta uma tomada da Europa por muçulmanos, um tropo de ódio comum propagado pela extrema direita e pelos fascistas europeus. Em alguns casos, a Shirion postou desinformação pura e simples, como a legenda de imagens de manifestantes pró-palestinos tendo uma aula de artes marciais haitianas com a alegação de que eles estavam “Praticando técnicas de abate em judeus”.

O envolvimento de Daniel Linden com a Shirion foi descoberto por meio de um rastro de migalhas de pão on-line. A investigação do Guardian usou registros públicos e materiais de fonte aberta para corroborar as informações originalmente fornecidas pela White Rose Society, um coletivo de pesquisa antifascista australiano.

A investigação também revelou a preocupação de Linden com a OnlyFans, a plataforma que permite que produtores de conteúdo adulto monetizem seu trabalho. Ele é creditado como coautor de um e-book em espanhol sobre como dominar o OnlyFans, e uma captura de tela de uma de suas contas pessoais no Facebook mostrou um pagamento trimestral substancial da plataforma.

O Shirion Collective é a mais recente campanha de ódio pró-Israel a ser exposta desde 7 de outubro. No mês passado, em uma revelação surpreendente, o New York Times expôs uma campanha secreta de influência israelense com o objetivo de influenciar os legisladores e a opinião pública dos EUA a favor das ações do Estado de ocupação durante sua ofensiva militar em Gaza.

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