Número de mortos em Gaza pode passar de 186.000, afirma The Lancet

A revista médica britânica The Lancet emitiu um alerta angustiante de que o verdadeiro número de mortos no conflito de Gaza pode ser superior a 186.000, representando 8% da população de Gaza, informa a Agência Anadolu.

O atual número oficial de mortos é de quase 38.200, de acordo com fontes do governo de Gaza.

Entretanto, o recente relatório da The Lancet, publicado na sexta-feira e intitulado “Counting the Dead in Gaza: Difficult but Essential”, sugere que esse número é uma subestimação significativa.

O número real provavelmente inclui milhares de pessoas ainda presas sob escombros e aquelas que sucumbiram aos efeitos secundários do conflito, como desnutrição, doenças e falta de assistência médica.

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Um dos principais contribuintes para a grande perda de vidas são as 14.000 bombas, cada uma pesando 2.000 libras, fornecidas pelos EUA a Israel. Essas bombas não apenas causaram vítimas imediatas, mas também devastaram a infraestrutura de Gaza, agravando as condições que levam a mais mortes.

A destruição de instalações de saúde, redes de distribuição de alimentos e sistemas de saneamento deixou a população em um estado perigoso.

A Lancet destaca a dificuldade de coletar dados precisos devido à destruição generalizada.

É provável que o número de mortes relatadas seja subestimado. A organização não governamental Airwars realiza avaliações detalhadas de incidentes na Faixa de Gaza e frequentemente descobre que nem todos os nomes de vítimas identificáveis estão incluídos na lista do Ministério. Além disso, a ONU estima que, em 29 de fevereiro de 2024, 35% dos edifícios na Faixa de Gaza haviam sido destruídos, portanto, o número de corpos ainda enterrados nos escombros é provavelmente substancial, com estimativas de mais de 10.000

aponta The Lancet.

A revista adverte:

Estima-se que o número total de mortos seja grande, dada a intensidade do conflito; a destruição da infraestrutura de saúde; a grave escassez de alimentos, água e abrigo; a incapacidade da população de fugir para locais seguros; e a perda de financiamento para a UNRWA, uma das poucas organizações humanitárias ainda ativas na Faixa de Gaza.

Nove meses após o início da guerra israelense, vastas áreas de Gaza estão em ruínas em meio a um bloqueio incapacitante de alimentos, água potável e medicamentos.

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