O Sudão se tornou a maior crise humanitária no mundo contemporâneo, à medida que os ataques dificultam as operações de saúde para assegurar serviços críticos a milhões de pessoas, advertiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Tedla Damte — chefe de saúde da Unicef no Sudão — confirmou que grupos armados mantêm ataques a hospitais, clínicas e trabalhadores de saúde, no contexto da disputa entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido (FSR), grupo paramilitar aliado ao exército regular até abril passado.
“É de partir o coração saber que um dos ataques, por exemplo, nos fez perder equipes de farmacêuticos experientes que davam suas vidas na linha de frente, a fim de ajudar as pessoas do Sudão”, comentou Damte.
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“Mas não se trata apenas dos ataques diretos a hospitais e clínicas — por conta da falta de combustível e pessoal, mais de 70% das instalações de saúde não conseguem mais, no momento, oferecer serviços em lugares como Darfur”, acrescentou.
Tentativas do exército de integrar a FSR deflagraram uma guerra civil, em que ambos os lados são acusados de violações. Milhões de pessoas foram deslocadas pelos violentos combates.