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Troca de prisioneiros deve permitir continuidade da guerra, alega Netanyahu

Protesto israelense por um acordo de troca de prisioneiros com o Hamas e contra o governo do premiê Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, em 29 de junho de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a expressar o compromisso inabalável de seu governo em manter as operações militares em Gaza, mesmo no caso de um acordo de troca de prisioneiros com o grupo Hamas.

Conforme Netanyahu, qualquer acordo que resulte das supostas negociações em curso “deve permitir a Tel Aviv que volte ao combate”.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em maio, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden — sob crescente pressão interna em plena campanha eleitoral —, anunciou um plano para alcançar um acordo de troca de prisioneiros entre Israel e Hamas e estabelecer um cessar-fogo em Gaza.

O Hamas comprometeu-se em aderir às negociações, mas Netanyahu e seus ministros atacaram Biden por supostamente omitir termos. O plano jamais foi adiante.

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Durante uma cerimônia de graduação militar, o premiê ecoou a importância de reaver “um número maior de reféns vivos”, mas insistiu: “Como questão de responsabilidade nacional, qualquer proposta deve nos permitir retornar ao combate em Gaza”.

Netanyahu prometeu aos cadetes e oficiais que seu governo manterá a campanha “até que nossos objetivos sejam conquistados … mesmo que leve tempo”.

Analistas denunciam Netanyahu por postergar um acordo em causa própria, sob receio de colapso de sua coalizão de extrema-direita e eventual prisão por seus três processos por corrupção.

Neste entremeio, protestos de massa tomam o país contra seu governo.

Netanyahu, junto de seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, tem ainda um mandado de prisão contra ele requerido pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia. A solicitação passa por análise de um painel pré-julgamento.

Apesar de meses de esforços, a relutância israelense impediu avanços nas negociações indiretas mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito.

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Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza, com apoio ocidental, desde 7 de outubro.

Mais de 38.300 palestinos foram mortos, sobretudo mulheres e crianças, além de 88.300 feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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