Ao menos 70 pessoas foram mortas e quase 300 ficaram feridas por um novo massacre israelense contra um campo destinado a palestinos deslocados no sul da Faixa de Gaza, designado pelo próprio exército ocupante como “zona segura”, na manhã deste sábado (13), segundo informações da agência Anadolu.
Em comunicado, declarou o Ministério da Saúde de Gaza: “As baixas deixadas por mais este massacre hediondo contra cidadãos e refugiados na região de al-Mawasi, em Khan Younis, superou 71 mortos e 289 feridos até então, incluindo casos graves com os quais as equipes médicas estão lidando no momento”.
Segundo as informações, os corpos de 20 vítimas e outras 90 pessoas feridas chegaram ao Hospital Nasser, em Khan Younis, após os bombardeios israelenses a al-Mawasi.
De acordo com a rede Al Jazeera, aviões combatentes atingiram tendas de refugiados e uma unidade de destilação de água, conforme o relato de um porta-voz da Defesa Civil, que opera em campo.
LEIA: Soldados israelenses testemunham detalhes chocantes da “violência sem limites” em Gaza
Imagens do local mostram palestinos tentando resgatar entes queridos, com crianças e paramédicos entre os feridos.
Mais cedo, o gabinete de comunicação do governo em Gaza confirmou que o “exército da ocupação cometeu mais um grande massacre ao bombardear campos para pessoas deslocadas na área de al-Mawai, em Khan Younis”.
Conforme o comunicado, entre as cem vítimas reportadas até o momento, atualizadas desde então, havia oficiais da Defesa Civil.
Testemunhas destacaram à agência Anadolu que o exército israelense recorreu a cinco mísseis de grande porte para atingir a “zona segura”.
O exército israelense justificou o massacre com base em “inteligência precisa” de que a área estaria abrigando “dois terroristas do Hamas [sic]” — novamente, sem provas.
Em maio, al-Mawasi, que hoje abriga em torno de 80 mil refugiados que não têm para onde ir, foi alvejado por outro ataque contra tendas e famílias deslocadas, deixando 21 mortos na ocasião.
Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza, com apoio ocidental, desde 7 de outubro.
LEIA: Número de mortos em Gaza pode passar de 186.000, afirma The Lancet
O Estado israelense já é réu por genocídio na corte em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro. Entre as medidas desacatadas, está a suspensão de sua campanha em Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga hoje até 1.5 milhão de palestinos.
No total, ao menos 38.300 palestinos foram mortos, em maioria, mulheres e crianças, além de 88.300 feridos e dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.