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Sanders pede atenção a Gaza em meio a ‘drama’ eleitoral nos EUA

Senador dos Estados Unidos, Bernie Sanders, em Virgínia, 22 de abril de 2024 [Mostafa Bassim/Agência Anadolu]

Bernie Sander, senador dos Estados Unidos pelo estado de Virgínia, instou o público de seu país a não perder de vista a degradação da crise humanitária em Gaza, conforme a imprensa se concentra cada vez mais nos “dramas” da corrida eleitoral.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Os Estados Unidos passam por uma conturbada campanha às eleições presidenciais de 20 de novembro, rivalizando — até então — o mandatário democrata, Joe Biden, e seu antecessor republicano, Donald Trump.

Biden sofre escrutínio por uma série de gafes, atribuídas a seus 81 anos de idade. Ele e Trump são os candidatos mais velhos à presidência na história americana, superando a si mesmos em quatro anos — isto é, um ciclo eleitoral.

Nesta semana, durante reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Biden confundiu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, com o homólogo russo, Vladimir Putin, e sua própria vice-presidente, Kamala Harris, com Trump.

Trump, por sua vez, é o primeiro ex-presidente do país a ser condenado na justiça, por fraude contábil, ao encobrir pagamentos para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016, quando derrotou Hillary Clinton.

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Para Sanders, o “drama” em torno dos dois candidatos ofusca questões importantes.

“Com grande parte da imprensa concentrada no drama das eleições presidenciais, não podemos perder de vista o que se passa na Faixa de Gaza, onde uma crise humanitária sem precedentes continua a ficar cada vez pior”, afirmou o senador em comunicado na sexta-feira (12).

Sanders denunciou Israel por lançar uma “guerra total” contra a população de Gaza, ao atacá-los indiscriminadamente, e insistiu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu continua a “ignorar a lei internacional para tornar impossível a vida em Gaza”.

“É por isso, por suas ações, que Netanyahu enfrenta possível indiciamento no Tribunal Penal Internacional”, comentou Sanders.

O senador independente — embora alinhado aos democratas — criticou a manutenção do envio de bilhões de dólares do contribuinte americano, assim como armas, a Israel, em particular no contexto da crise em Gaza.

“Como americanos, somos cúmplices”, advertiu Sanders. “Não podemos mandar mais nem um centavo sequer à medida que essa situação horrível fica ainda pior. Pretendo fazer todo o possível para evitar maiores envios de armas a Israel, incluindo através de moções conjuntas de repúdio sobre o comércio militar”.

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“Os Estados Unidos não podem continuar a ajudar um extremista e criminoso de guerra a manter suas atrocidades”, acrescentou.

Ambos os atuais candidatos na corrida eleitoral — Biden e Trump — são favoráveis aos crimes de Israel na Faixa de Gaza.

Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza, com apoio ocidental, desde 7 de outubro.

Israel é também réu por genocídio na corte em Haia, conforme denúncia da África do Sul, deferida em janeiro.

A promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), também em Haia, pediu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, além de três líderes do grupo Hamas. O requerimento passa agora por um painel pré-julgamento.

Em Gaza, ao menos 38.300 palestinos foram mortos por Israel em pouco mais de nove meses, em grande maioria, mulheres e crianças, além de 88.300 feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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