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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

A crise do lixo aprofunda a miséria em Gaza enquanto a guerra se intensifica

Palestinos sedentos fazem fila para receber água limpa distribuída por tanques móveis em Nuseirat, Gaza, em 18 de junho de 2024 [Mohammed Asad/Monitor do Oriente Médio]

As escavadeiras aram as pilhas de lixo, mas os moradores revoltados encontram pouco alívio enquanto seus filhos vasculham o lixo nas ruas de Gaza, em uma crescente crise de saneamento que está aumentando a miséria da guerra, informa a Reuters.

Não conseguimos dormir, não conseguimos comer, não conseguimos beber, o cheiro está nos matando

disse Ahmed Shaloula, um dos muitos palestinos deslocados, que é da Cidade de Gaza e vive em Khan Yunis.

Os palestinos têm enfrentado uma crise após a outra desde o início do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, em outubro. Além dos ataques aéreos israelenses, dos bombardeios e da ofensiva terrestre, os palestinos estão sofrendo com a escassez de alimentos, combustível, água, medicamentos e hospitais em funcionamento.

O lixo está se acumulando no enclave empobrecido – um dos lugares mais densamente povoados do mundo – que foi reduzido, em sua maior parte, a escombros. À noite, as pessoas ficam acordadas lutando contra os mosquitos e algumas estão contraindo doenças como a sarna

disse Shaloula.

“Estamos pedindo ao município de Khan Yunis que remova o lixo”.

Mas o pedido de serviços do governo é uma ilusão em Gaza após nove meses de guerra, que eclodiu quando o Hamas atacou Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.

LEIA: Gaza precisará de 15 anos para limpar 40 milhões de toneladas de escombros de guerra, diz UNRWA

Entretanto, desde então, foi revelado pelo Haaretz que os helicópteros e tanques do exército israelense haviam, de fato, matado muitos dos 1.139 soldados e civis que Israel alegou terem sido mortos pela resistência palestina.

Israel respondeu com uma ofensiva que matou mais de 38.000 pessoas, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.

Khan Yunis é a segunda maior cidade de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas.

Os danos causados pela guerra e a escassez de combustível criaram um problema de resíduos, disse Omar Matar, o funcionário responsável pela remoção de resíduos sólidos no município de Khan Yunis.

“O acúmulo de lixo gerou mau cheiro, disseminação de insetos e roedores, além do vazamento de líquidos do lixo para o reservatório de água subterrâneo”, disse ele.

O reservatório é a principal fonte de água potável para os moradores de Khan Yunis. A água limpa não está disponível na maior parte de Gaza.

“Essa área de despejo não foi projetada corretamente para impedir o vazamento de resíduos líquidos para a água subterrânea”, disse Matar.

LEIA: ONU registra ‘condições chocantes’ entre os deslocados de Gaza

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