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Forças israelenses invadem casas de câmbio na Cisjordânia ocupada

Veículos militares de Israel na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, em 1º de julho de 2024 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Forças israelenses conduziram na manhã desta terça-feira (16), uma série de incursões armadas contra casas de câmbio na Cisjordânia ocupada, segundo informações da rede de notícias Wafa.

Fontes de segurança reportaram mobilização militar nas ruas que levam ao Palácio de Hisham, em Jericó, para alvejar as lojas de câmbio de al-Khaleej e al-Muhit.

Soldados espalharam panfletos de ameaça pelas ruas, com acusações capciosas, como: “Lavar dinheiro para terroristas [sic] é também terrorismo [sic]”.

Os veículos militares também acossaram jovens no centro da cidade, segundo relatos, apesar de não conduzirem prisões.

Em Belém, uma unidade do exército ocupante invadiu a cidade ao se posicionar entre a rua Jerusalém-Hebron e a junção de al-Radi, onde atacou também uma casa de câmbio para apreender suas posses.

LEIA: Ataque israelense causa incêndio em Ramallah, soldados assaltam loja de câmbio

Forças israelenses invadiram ainda a residência de Alaa Abayat, de 24 anos de idade, na aldeia de al-Manshiya, a sudeste de Belém. Abayat, gerente de uma das lojas alvejadas, foi detido e investigado violentamente no local.

A administradora foi então levada a sua casa de câmbio antes de enfim ser solta, após os soldados roubarem os recursos guardados em seu estabelecimento.

Tensões seguem a escalar na Cisjordânia sob ataques de colonos e soldados, incluindo pogroms contra cidades e aldeias e campanhas de detenção em massa, que chegam a dez mil pessoas arbitrariamente detidas em menos dez meses.

A maioria dos palestinos sequestrados por Israel é mantida sob custódia em “detenção administrativa”, sem julgamento ou acusação — reféns, por definição.

A escalada coincide com o genocídio israelense em Gaza, que matou 38.700 pessoas e feriu 90 mil, além de deixar dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia, são 574 mortos e 5.350 feridos no mesmo período.

Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza desde 7 de outubro.

O Estado israelense é réu por genocídio no tribunal em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro. Entre as medidas desacatadas, está a suspensão de sua campanha em Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga hoje até 1.5 milhão de palestinos.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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