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Israel liberta 16 palestinos de Gaza, prisioneiros relatam tortura

Palestinos libertados por Israel chegam ao Hospital Nasser de Khan Younis, no centro de Gaza, em 1º de julho de 2024 [Jehad Alshrafi/Agência Anadolu]

O exército da ocupação israelense libertou 16 pessoas que abduziu durante sua invasão por terra à Faixa de Gaza sitiada, desde 27 de outubro do último ano. Entre os cidadãos recentemente soltos estão uma idosa e um menino, reportou a agência Anadolu.

Os palestinos foram libertados através do posto militar de Kissufim, instalado a leste de Deir al-Balah, no centro de Gaza.

Segundo Crescente Vermelho Palestino, treze dos palestinos libertos foram levados ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, devido a sua péssima condição de saúde.

“Sob avaliação médica, foram encontrados sinais de tortura em seus corpos”, reportou um correspondente da agência Anadolu.

Entre os libertados, está também o jornalista Imad Abu Awad, mantido por nove meses na penitenciária de Nafha, no deserto do Negev.

Um dos ex-prisioneiros — em condição de anonimato — relatou que diversos detentos perderam seus sentidos devido aos choques elétricos, espancamento e outros métodos de tortura a que são submetidos.

LEIA: A crueldade sionista contra presos palestinos

Mustafa Fayyad, também libertado, confirmou privação de sono e comida e tortura em mais de uma instância.

Nader Asaliya, que é cego, comentou: “Nos trataram de maneira desumana dentro das prisões. Nos chamavam de cães. Fomos submetidos a todo tipo de tortura, humilhação e fome”.

No início do mês, dezenas de palestinos libertados, incluindo Muhammad Abu Salmiya, diretor do Hospital al-Shifa, ecoaram as denúncias. Conforme o médico, que ficou sete meses em custódia, os presos sofrem “humilhação física e psicológica diariamente”.

Nas semanas recentes, o exército israelense vem libertando dezenas de palestinos, em lotes. A maioria deixa a rede carcerária israelense com problemas de saúde e sinais de tortura, ao denunciar instâncias de maus tratos e humilhação em custódia.

Segundo relatos, as ondas de soltura se devem à superlotação nas cadeias de Israel, ao que o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, chefe do partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judeu), respondeu ao sugerir execução em massa.

Milhares de palestinos foram sequestrados pelas forças israelenses em Gaza, levados a localidades desconhecidas. Segundo observadores, as imagens remetem ao Holocausto e aos campos de concentração nazistas.

Israel se recusa a revelar o número exato de palestinos tomados de reféns.

Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza desde 7 de outubro.

O Estado israelense é réu por genocídio no tribunal em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro. Entre as medidas desacatadas, está a suspensão de sua campanha em Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga hoje até 1.5 milhão de palestinos.

No total, ao menos 38.700 palestinos foram mortos, em maioria, mulheres e crianças, além de 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Médicos israelenses participam de tortura de detentos palestinos, diz diretor da Al-Shifa

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