O exército da ocupação israelense libertou 16 pessoas que abduziu durante sua invasão por terra à Faixa de Gaza sitiada, desde 27 de outubro do último ano. Entre os cidadãos recentemente soltos estão uma idosa e um menino, reportou a agência Anadolu.
Os palestinos foram libertados através do posto militar de Kissufim, instalado a leste de Deir al-Balah, no centro de Gaza.
Segundo Crescente Vermelho Palestino, treze dos palestinos libertos foram levados ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, devido a sua péssima condição de saúde.
🚨Palestine Red Crescent ambulance crews attended to 13 detainees who were released today at the Kissufim checkpoint in central #Gaza and transferred them to Al-Aqsa Martyrs Hospital. pic.twitter.com/doowNXNZhR
— PRCS (@PalestineRCS) July 17, 2024
“Sob avaliação médica, foram encontrados sinais de tortura em seus corpos”, reportou um correspondente da agência Anadolu.
Entre os libertados, está também o jornalista Imad Abu Awad, mantido por nove meses na penitenciária de Nafha, no deserto do Negev.
Um dos ex-prisioneiros — em condição de anonimato — relatou que diversos detentos perderam seus sentidos devido aos choques elétricos, espancamento e outros métodos de tortura a que são submetidos.
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Mustafa Fayyad, também libertado, confirmou privação de sono e comida e tortura em mais de uma instância.
Nader Asaliya, que é cego, comentou: “Nos trataram de maneira desumana dentro das prisões. Nos chamavam de cães. Fomos submetidos a todo tipo de tortura, humilhação e fome”.
No início do mês, dezenas de palestinos libertados, incluindo Muhammad Abu Salmiya, diretor do Hospital al-Shifa, ecoaram as denúncias. Conforme o médico, que ficou sete meses em custódia, os presos sofrem “humilhação física e psicológica diariamente”.
Nas semanas recentes, o exército israelense vem libertando dezenas de palestinos, em lotes. A maioria deixa a rede carcerária israelense com problemas de saúde e sinais de tortura, ao denunciar instâncias de maus tratos e humilhação em custódia.
Segundo relatos, as ondas de soltura se devem à superlotação nas cadeias de Israel, ao que o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, chefe do partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judeu), respondeu ao sugerir execução em massa.
Milhares de palestinos foram sequestrados pelas forças israelenses em Gaza, levados a localidades desconhecidas. Segundo observadores, as imagens remetem ao Holocausto e aos campos de concentração nazistas.
Israel se recusa a revelar o número exato de palestinos tomados de reféns.
Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza desde 7 de outubro.
O Estado israelense é réu por genocídio no tribunal em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro. Entre as medidas desacatadas, está a suspensão de sua campanha em Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga hoje até 1.5 milhão de palestinos.
No total, ao menos 38.700 palestinos foram mortos, em maioria, mulheres e crianças, além de 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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