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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ortodoxos de Israel protestam contra o serviço militar obrigatório

Judeus ortodoxos protestam contra o serviço obrigatório ao exército israelense, em Jerusalém ocupada, 30 de junho de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

As Forças Armadas de Israel anunciaram nesta terça-feira (16) que começarão a emitir convocatórias para o serviço militar compulsório a judeus ortodoxos matriculados em seminários do país, marcando uma ruptura com a política de isenção da comunidade, diante da continuidade da guerra em Gaza.

As informações são das agências de notícias Reuters e Anadolu.

Em resposta, confrontos eclodiram na noite de terça entre a polícia israelense e judeus ortodoxos, que obstruíram uma rodovia no centro do território considerado Israel para protestar contra a medida.

Segundo o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth, a manifestação impediu passagem na Rodovia N° 4, junto ao Anel Viário da Coca-Cola, perto de Bnei Brak, cidade de maioria ortodoxa, na região de Tel Aviv.

Na noite de segunda-feira (15), jovens ortodoxos atacaram um veículo com dois oficiais militares de Israel, na mesma região, ao atirar garrafas e gritar “assassinos”.

O periódico sionista, porém, buscou minimizar as tensões, ao alegar que “um punhado de manifestantes se sentou na estrada, confrontou a polícia e arriscou suas vidas”.

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A rádio militar israelense Kan divulgou um vídeo do protesto, incluindo manifestantes sentados sob o violento disparo de canhões de água empregues pela polícia israelense como instrumento repressivo.

Segundo a imprensa israelense, o alistamento deve começar no domingo (21).

Por meses, Israel enfrenta escassez de pessoal em suas operações em Gaza, somadas a uma escalada na Cisjordânia ocupada e confrontos transfronteiriços com o movimento libanês Hezbollah.

Em junho, a Suprema Corte de Israel ordenou o alistamento da comunidade ortodoxa, que constitui de 13% da população de Israel. Religiosos historicamente não servem ao exército, incumbidos, no entanto, de estudar o Torá.

A lei israelense obriga todos os seus cidadãos — homens e mulheres — maiores de 18 anos a servirem ao exército, salvo ortodoxos até então.

A coalizão de governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é composta por dois partidos ultraortodoxos, que veem a isenção um elemento-chave de seu eleitorado. Os protestos se somam à pressão contra o governo.

Neste entremeio, tensões seguem a escalar na Cisjordânia, incluindo pogroms contra cidades e aldeias palestinas e campanhas de detenção em massa que chegam a dez mil detidos arbitrariamente em menos dez meses.

A escalada nos territórios palestinos ocupados e a crise interna em Israel coincide com o genocídio em Gaza, que matou 38.700 pessoas e feriu 90 mil até então, ao deixar em torno de dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia, são 574 mortos e 5.350 feridos no mesmo período.

Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza desde 7 de outubro.

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O Estado israelense é réu por genocídio no tribunal em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro. Entre as medidas desacatadas, está a suspensão de sua campanha em Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga hoje até 1.5 milhão de palestinos.

Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, têm mandados de prisão solicitados pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, junto de três líderes do grupo palestino Hamas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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