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Milícias capturam Singa, no Sudão; 55 mil pessoas deixam cidade ‘estratégica’

Até 130 mil sudaneses podem ter sido deslocados pelos avanços das Forças de Suporte Rápido (FSR) no estado de Sennar, alertou o governo no país
Deslocados de Singa, capital do estado de Sennar, no sudeste do Sudão, chegam a Gedaref, no país assolado pela guerra, em 1º de julho de 2024 [AFP via Getty Images]

A Organização das Nações Unidas (ONU) reportou em 1º de julho que ao menos 55 mil pessoas deixaram a cidade “estratégica” de Singa, no sudeste do Sudão, após a coalizão conhecida como Forças de Suporte Rápido (FSR) capturá-la do exército regular.

A perda de Singa — capital do estado de Sennar, com 250 mil habitantes — representa um golpe às Forças Armadas, após ataques surpresa do grupo paramilitar.

A guerra civil no Sudão deslocou mais de dez milhões de pessoas e matou cerca de 150 mil pessoas, desde a deflagração dos combates entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido, em abril de 2023.

A Comissão de Assistência Humanitária (HAC) em Gedaref, órgão do governo sudanês, notou esperar que 130 mil pessoas deixem Sennar nos próximos dias.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) reiterou que não há comida suficiente na região de Gedaref para suprir as demandas dos aproximadamente 50 mil deslocados.

Muitos estão fugindo rumo a Damazin, capital do estado de Nilo Azul, conforme a rede de notícias AFP. De acordo com a ONU, Damazin já abriga mais de 600 mil deslocados, que deixaram Cartum e outras localidades no país.

Gedaref abriga também refugiados de países vizinhos, como Etiópia e Eritreia, além de deslocados internos do Sudão.

A captura de Singa, situada em uma região de terras fertéis, deixou Gedaref vulnerável ao avanço das milícias — realidade reconhecida por líderes locais, que impuseram um toque de recolher à noite logo após a queda de Singa.

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Os avanços das Forças de Suporte Rápido em Sennar devem agravar ainda mais a crise alimentar que assola o Sudão. Na semana passada, peritos da ONU acusaram ambos os lados no conflito de usar a fome como arma de guerra.

Um relatório das Nações Unidas revelou que 25.6 milhões de pessoas, mais da metade da população, já enfrentam níveis altos de “insegurança alimentar aguda”, com 755 mil pessoas em condições de inanição e risco iminente de morte.

As Forças de Suporte Rápido, chefiadas por Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como Hemeti, descreveram a captura de Singa como “crucial” e “estratégica”.

“O inimigo sofreu duras baixas, na escala de centenas. Nossas tropas também tomaram o controle de todas as principais instituições locais, dentre as quais, a sede do governo estadual”, declarou o grupo na rede social X (Twitter).

Em 30 de junho, a ponte Halfaya — importante rota entre Omdurman e a área norte de Cartum — foi parcialmente destruída, confirmou o Sudan Tribune. Halfaya era a última travessia remanescente da bacia do Nilo na capital, após as pontes de Shambat e Jebel Aulia serem alvejadas em novembro.

Os lados em conflito trocaram acusações sobre o incidente — um dos muitos exemplos do impacto devastador da guerra na infraestrutura de Cartum e de todo o país.

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