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Drone deixa um morto e dez feridos em Tel Aviv, houthis assumem ação

Polícia isola área de ataque a drone em Tel Aviv, em 19 de julho de 2024 [Magen David Adom/Agência Anadolu]

O grupo iemenita houthi reivindicou responsabilidade por um ataque a drone contra a cidade israelense de Tel Aviv, que deixou um morto e dez feridos, segundo declarações da polícia ocupante concedidas até então.

Yahya Saree, porta-voz militar do grupo, que governa o Iêmen, confirmou nesta sexta-feira (19), nas redes sociais, um ataque a “Tel Aviv, na Palestina ocupada”, realizado por um novo modelo “capaz de contornar sistemas de intercepção e radar”.

O projétil foi apelidado de “míssil Jaffa”, em homenagem ao nome ancestral da região ocupada em 1948, durante a Nakba ou “catástrofe”, via limpeza étnica.

Segundo um porta-voz militar de Israel, trata-se de um “veículo aéreo não-tripulado de grande porte, capaz de viajar grandes distâncias”.

A rádio israelense Kan reportou a detonação de um “drone carregado de explosivos” na intersecção entre as ruas Shalom Aleichem e Ben Yehuda — “a centenas de metros de distância da embaixada dos Estados Unidos”.

Segundo um porta-voz do exército colonial, a explosão ocorreu nas primeiras horas de sexta-feira, mediante ataque aéreo. “O ataque não ativou as sirenes e o incidente está sob investigação”, acrescentou.

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Conforme a emissora local Canal 13, uma análise preliminar do exército concluiu que o drone foi detectado, mas não abatido, devido a “erro humano”.

O site de notícias Axios citou um oficial dos Estados Unidos que negou danos a missão do país na cidade costeira. O website, porém, alegou se tratar do “mais grave ataque a Tel Aviv desde 7 de outubro”.

Conforme uma fonte militar contactada pelo jornal em hebraico Yedioth Ahronoth não há indícios de inteligência de que o alvo era a missão americana.

O periódico observou que o município de Tel Aviv permanece em “alerta máximo”, sob ordens do prefeito Ron Huldai. O grupo houthi descreveu Tel Aviv como “área de risco” e “alvo primário” em caso de escalada.

Trata-se do primeiro ataque houthi a Tel Aviv, que se concentra nas cidades portuárias de Eilat, no Mar Vermelho, e Haifa, no Mar Mediterrâneo.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant — com mandado de prisão requerido pela promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia — prometeu retaliar.

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Para Yair Lapid, líder da oposição israelense, o ataque demonstra fraqueza, como “mais uma prova de que o governo [de Benjamin Netanyahu] não sabe e não pode garantir a segurança dos cidadãos de Israel”.

“Perderam dissuasão no norte e no sul e agora no coração de Tel Aviv”, pranteou Lapid, suposto centrista. “Não há políticas, planos, relações públicas ou discussões sérias. Este governo tem de acabar”.

Os houthis agem em solidariedade ativa aos palestinos de Gaza, submetidos há quase dez meses de genocídio israelense, ao estabelecerem um embargo efetivo à navegação com destino e origem do Estado ocupante.

Em retaliação, Estados Unidos e Grã-Bretanha bombardearam o Iêmen; contudo, sem conseguir dissuadir os houthis de suas operações.

Israel mantém disparos em diversas frentes além de Gaza, contra o Hezbollah libanês, ao longo da fronteira norte, os houthis, mais ao sul, e mesmo grupos ligados ao Irã no Iraque e na Síria.

O Hezbollah saudou o avanço houthi como “triunfo contra a opressão” e prometeu não ceder até que “acabem a agressão e o cerco contra o povo de Gaza”.

Israel se recusa a colaborar com negociações por cessar-fogo e age à revelia de ordens do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Em Gaza, ao menos 38.700 palestinos foram mortos, em maioria, mulheres e crianças, além de 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Há receios de propagação da guerra.

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