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Hamas insta OLP a revogar laços com Israel após Knesset negar Estado palestino

Combatentes das Brigadas al-Qassam, braço armado do movimento palestino Hamas, em 20 de outubro de 2023 [Joseph Eid/AFP via Getty Images]

O grupo palestino Hamas instou a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que revogue seu reconhecimento de Israel em resposta à recusa do parlamento ocupante (Knesset) em aceitar um Estado palestino, reportou a rede de notícias Quds Press.

Izzat al-Rishq, membro do gabinete político do Hamas, disse em nota que a decisão do Knesset de rejeitar o estabelecimento de um Estado independente da Palestina “é nula, sem qualquer valor”.

Segundo al-Rishq, em meio à persistência de Israel em rejeitar uma solução negociada nos territórios ocupados, “nosso povo seguirá com sua luta legítima, até que reveja por completo seus direitos nacionais”.

“A decisão do regime colonial sionista confirma a retidão da escolha da resistência e da confrontação abrangentes como único caminho perante a petulância dos ocupantes”, insistiu al-Rishq.

LEIA: Ocupação de Israel em terras palestinas é ilegal, determina Haia

O representante do Hamas reivindicou da OLP — encabeçada pelo Fatah, partido rival na arena nacional — que “retire seu reconhecimento da entidade ocupante e se engaje na luta popular pela libertação de sua terra e seus santuários, em nome de um Estado palestino com Jerusalém como sua capital”.

Na quarta-feira (17), o Knesset votou por ampla maioria a rejeição do Estado palestino, na contramão da chamada solução de dois Estados.

O voto foi chefiado por partidos da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas recebeu apoio do suposto partido centrista de Benny Gantz. Yair Lapid, ex-premiê, hoje chefe da oposição, absteve-se ao deixar o plenário.

Israel ignora medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e resoluções de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao manter suas operações indiscriminadas contra Gaza desde 7 de outubro.

O Estado israelense é réu por genocídio no tribunal em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro. Entre as medidas desacatadas, está a suspensão de sua campanha em Rafah, no extremo sul de Gaza, que abriga hoje até 1.5 milhão de palestinos.

No total, ao menos 38.700 palestinos foram mortos, em maioria, mulheres e crianças, além de 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Israel também intensificou violações coloniais nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém, incluindo pogroms contra cidades e aldeias palestinas. Nesta sexta-feira (19), em caso à parte, a corte em Haia determinou a ilegalidade da ocupação.

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