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Israel registra aumento de 285% no êxodo de colonos desde outubro

Aeronave da companhia aérea israelense El Al, no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, 30 de novembro de 2021 [Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images]

O número de israelenses que deixaram o país permanentemente aumentou 285% após 7 de outubro, no contexto da guerra em Gaza, conforme dados do Escritório Central de Estatísticas divulgados pelo jornal Times of Israel.

As pesquisas apontam aumento sem precedentes no êxodo de colonos.

Os números confirmam tendências de dois meses atrás que revelaram a saída de cerca de 500 mil israelenses do Estado ocupante, além de uma queda substancial na chegada de imigrantes.

Uma pesquisa entre pessoas com cidadania israelense no exterior, realizada em março pela Universidade Hebraica, em nome da Organização Sionista Mundial, descobriu que 80% dos novos emigrados dizem não querer voltar a Israel.

Os dados mais recentes confirmam a preferência de saída de cidadãos binacionais em contextos de escalada — em contraste com as promessas de “segurança aos judeus” do projeto colonial sionista desde sua concepção.

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A emigração de Israel antecede a guerra, após meses de protestos contra a reforma na Justiça do governo de Benjamin Netanyahu, ao registrar aumentos de 51% entre junho e setembro de 2022 e o mesmo período do ano posterior.

Além disso, houve queda no número de colonos que regressaram ao país — de 11.231 entre outubro de 2022 e março de 2023 a 8.898 um ano depois.

O censo avalia o êxodo de israelense que não retornaram dentro de dez meses e/ou se assentaram no exterior, indicando tendências de permanência.

Israel guarda apreensão crescente sobre uma emigração judaica da Palestina histórica, em um momento em que a demografia do Estado volta ao centro do projeto colonial, incluindo a limpeza étnica e o genocídio dos palestinos nativos.

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Israel possui uma das populações de maior incidência de dupla nacionalidade. Imagens de aeroportos lotados se tornaram recorrentes em momentos-chave do conflito, como na semana seguinte a 7 de outubro e ao ataque iraniano de abril.

O país adotou ainda uma economia de guerra, isto é, políticas de austeridade e cortes de subsídios e serviços, com recordes de queda no produto interno bruto (PIB).

Estimativas indicam aumento sem precedentes nas taxas de pobreza entre os cidadãos judeus — que usufruem de privilégios em relação a seus vizinhos palestinos, mediante regime de apartheid.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 38.700 mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados. As ações israelenses são punição coletiva e genocídio.

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