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Emirados Árabes se dizem prontos para se juntar a uma força multinacional em Gaza

A embaixadora Lana Zaki Nusseibeh, representante permanente dos Emirados Árabes Unidos junto às Nações Unidas e presidente do Conselho de Segurança para o mês de junho, realiza uma coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas em Nova York, Estados Unidos, em 1º de junho de 2023 [Selçuk Acar/  Agência Anadolu]
A embaixadora Lana Zaki Nusseibeh, representante permanente dos Emirados Árabes Unidos junto às Nações Unidas e presidente do Conselho de Segurança para o mês de junho, realiza uma coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas em Nova York, Estados Unidos, em 1º de junho de 2023 [Selçuk Acar/  Agência Anadolu]

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) manifestaram sua disposição de contribuir com tropas para uma missão multinacional de “estabilização” em Gaza,sendo o primeirapaís a declarar tal intenção. Essa decisão, relatada pelo Financial Times, representa um passo significativo na abordagem da falta de planejamento estratégico de Israel para Gaza, que muitos críticos veem como uma campanha militar movida por vingança sem um objetivo claro, a não ser a morte em massa de palestinos.

Lana Nusseibeh, enviada especial dos Emirados Árabes Unidos ao Ministério das Relações Exteriores em Washington, declarou que seu país poderá enviar suas forças se os EUA liderarem a missão e apoiarem as medidas para o estabelecimento de um Estado palestino. “Os Emirados Árabes Unidos poderiam considerar fazer parte das forças de estabilização ao lado de parceiros árabes e internacionais”, disse Nusseibeh, acrescentando que só o fariam ‘a convite de uma AP reformada ou de uma AP liderada por um primeiro-ministro com poderes’. Nusseibeh enfatizou que “os Estados Unidos devem liderar essa iniciativa para que ela seja bem-sucedida”.

A posição dos Emirados Árabes Unidos ocorre no momento em que Israel se encontra em um impasse estratégico, pois não conseguiu derrotar o Hamas de forma decisiva. Os críticos alertaram, desde o início, sobre os perigos de uma guerra movida por vingança e sem objetivos políticos claros. A situação atual deixa Israel com a terrível opção de continuar seu massacre em massa de palestinos, aumentando ainda mais a crise humanitária.

Os detalhes sobre a natureza da força multinacional, se militar ou policial, ainda estão sendo discutidos. Os EUA têm defendido que os países árabes se juntem a essa força como parte de seus planos pós-guerra, embora não planejem enviar tropas americanas.

Anteriormente, o Egito e o Marrocos foram mencionados como possíveis contribuintes para uma força de estabilização, com a Liga Árabe pedindo uma missão de manutenção da paz da ONU em Gaza e na Cisjordânia até que um Estado palestino seja criado. No entanto, a viabilidade do envio de tal força é repleta de desafios e depende das ações de Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sempre se opôs ao estabelecimento de um Estado palestino e a qualquer papel significativo para a AP em Gaza, insistindo que Israel mantenha o controle geral da segurança. Essa postura complica os esforços para estabelecer uma força multinacional sem a cooperação de Israel.

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