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Israel usou espaço aéreo saudita para atacar o Iêmen, sugerem relatos

Aeronaves combatentes na base militar israelense de Eilat, na costa do Mar Vermelho, em 20 de julho de 2024 [Divulgação/Agência Anadolu]

Israel informou a Arábia Saudita com antecipação sobre seu ataque à cidade portuária de Hudaydah, no Iêmen, no último sábado (20), ao obter autorização a suas aeronaves para atravessarem o espaço aéreo do país, reportou neste domingo (21) a rádio estatal Kan, ligada ao exército ocupante.

Segundo Doron Kadosh, correspondente militar da emissora israelense, jatos de guerra cruzaram “o espaço aéreo saudita como parte de sua rota ao Iêmen”, onde alvejaram supostos alvos houthis.

No sábado, o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth declarou que o exército israelense havia coordenado suas ações com a monarquia, incluindo até mesmo reabastecimento aéreo e autorização de voo a baixa altitude, a fim de evitar radares.

O porta-voz do Ministério da Defesa saudita, brigadeiro-general Turki al-Maliki, negou, porém, qualquer envolvimento de seu país nas operações.

LEIA: Houthis ameaçam atacar locais na Arábia Saudita se o país aderir à agressão dos EUA

“A Arábia Saudita não tem qualquer relação ou participação nos ataques a Hudaydah e o reino não permitirá que seu espaço aéreo seja infiltrado por qualquer parte”, insistiu o militar.

A eventual participação saudita pode renovar hostilidades dentre o reino e os houthis, que tomaram controle do Iêmen em 2014. Tensões desescalaram, contudo, no último ano, desde uma retomada das relações Teerã-Riad sob mediação da China.

Segundo relatos, a Casa Branca e o Pentágono foram informados da operação de Israel horas antes — contudo, sem participação nos ataques.

Ao menos seis pessoas foram mortas e 83 ficaram feridas pelos bombardeios de Israel ao porto iemenita, notificou o Ministério da Saúde do país árabe, com sede na capital Sanaa, administrado pelo grupo houthi.

Israel prontamente admitiu os ataques, ao alegar “resposta direta” a um drone lançado contra Tel Aviv na sexta-feira, reivindicado pelos houthis, que cruzou o multibilionário sistema de defesa israelense e deixou ao menos um morto e dez feridos.

A retaliação de sábado marca a primeira ação direta de Israel contra houthis no Iêmen. Os houthis conduzem um embargo de facto à navegação israelense no Mar Vermelho, como solidariedade efetiva aos palestinos de Gaza, sob cerco e genocídio.

Em resposta, Estados Unidos e Grã-Bretanha bombardearam o Iêmen.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 39 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.

O exército israelense também troca disparos diários com o grupo Hezbollah no Líbano, além de lançar ataques esporádicos na Síria e ameaçar avanços por toda a região.

Há receios de propagação da guerra.

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