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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Laços com Israel não podem continuar, admite chefe de diplomacia da Europa

Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica, em 29 de maio de 2024 [Dursun Aydemir/Agência Anadolu]

Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, voltou a expressar um tom mais duro contra a agressão em Gaza, ao descrevê-la como “inaceitável” e notar que o bloco não pode manter relações normais com Israel no contexto atual.

“Não é possível mantermos normalmente a cooperação com Israel diante da situação em curso”, reiterou Borrell em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (22). “Israel pode interpretar a história como bem quiser, mas o respeito a lei internacional é algo obrigatório”.

“O que vemos em Gaza é uma catástrofe humanitária, feita pelo homem, de dimensões insuportáveis: 17 mil órfãos, quase 40 mil pessoas mortas”, acrescentou Borrell. “Para reconstruir Gaza serão necessários dez anos de retirada de destroços”.

Borrell destacou também o apoio da União Europeia à implementação das decisões do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, que confirmou na última sexta-feira (19) que a ocupação israelense nos territórios palestinos é ilegal e deve ter fim “o mais breve possível”.

LEIA: O colapso do sionismo e de Israel

Israel ignora ainda medidas cautelares do TIJ, em processo à parte, pelo qual é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de desacatar resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Apesar de apoio ocidental, a contínua escalada israelense levou a uma crise de relações públicas e diplomacia sem precedentes ao Estado ocupante.

Borrel enfrenta, contudo, resistência de núcleos de extrema-direita e liberais sionistas na Europa, alinhados ao regime israelense apesar de protestos populares de massa em solidariedade a Gaza.

Os ataques indiscriminados a Gaza deixaram ao menos 39.006 mortos e 89.818 feridos desde outubro, até então, além de dois milhões de desabrigados. As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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