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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Comitê Olímpico nega pedido palestino para excluir Israel de Paris 2024

Torre Eiffel é iluminada para as Olimpíadas de Paris, na França, em 23 de julho de 2024 [Aytaç Unal/Agência Anadolu]

O ex-esgrimista alemão e presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, negou um pedido palestino para que Israel seja excluído das Olimpíadas de Paris, com início na sexta-feira (26), por conta do genocídio realizado em Gaza.

Bach alegou que sua organização não será arrastada a “discussões políticas”.

“A posição do COI é muito clara”, insistiu o dirigente nesta terça-feira (22). “Temos dois comitês olímpicos nacionais e esta é a diferença com o mundo da política. Ambos têm vivido em uma coexistência pacífica. Os Jogos Olímpicos não são uma competição entre países, mas sim entre atletas”.

“Se nós entrássemos na discussão política, sobre guerras e conflitos, logo na cerimônia de abertura, contaríamos com cem comitês nacionais, e não 206 comitês, ao violarmos nossa neutralidade política [sic]”, acrescentou.

O ex-atleta alemão chegou a alegar que a Palestina é “beneficiada”, por não integrar as Nações Unidas — sob veto dos Estados Unidos —, embora participe do COI.

Bach omitiu, no entanto, o fato de sua organização ter banido a Rússia das Olimpíadas devido à invasão na Ucrânia, como precedente a medidas do órgão contra violações da lei internacional. Atletas russos competirão em Paris sob bandeira neutra.

LEIA: França promete proteção 24 horas a equipe de Israel nas Olimpíadas

A Bielorrússia — aliada do presidente russo Vladimir Putin em suas ações na Ucrânia — sofreu as mesmas sanções.

O Comitê Olímpico da Palestina enviou na segunda-feira (22) uma carta a Bach, na qual argumentou que Israel age em transgressão da tradicional trégua olímpica, que deveria começar em 19 de julho e seguir até os Jogos Paralímpicos em setembro.

O apelo foi também encaminhado ao presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Gianni Infantino, no mesmo sentido.

Na semana passada, a FIFA adiou uma decisão sobre o banimento de Israel para o fim de agosto, ao efetivamente permitir a participação da seleção ocupante no torneio da modalidade em Paris.

O comitê palestino indicou “violações sistemáticas e em curso” da Carta Olímpica e dos estatutos da FIFA, por órgãos desportivos israelenses, incluindo o Comitê Olímpico e a Associação de Futebol de Israel (IFA).

LEIA: FIFA adia decisão sobre suspender Israel, permite participação nas Olimpíadas

O apelo ressaltou ainda que ao menos 400 atletas palestinos foram mortos pelas ações da ocupação, ao apontar que “a destruição de instalações esportivas agrava ainda mais a dor dos atletas, que já enfrentam graves restrições”.

Nesta semana, Israel enviou 88 atletas à capital francesa, os quais receberão proteção 24 horas das autoridades, segundo o governo de Emmanuel Macron.

Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 39.006 mortos até então e 89.818 feridos, além de dez mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.

As ações israelenses desacatam medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Espera-se protestos pró-Palestina ao longo dos Jogos.

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