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EUA convidam partes em guerra no Sudão para novas conversas de cessar-fogo

Então presidente do Conselho Soberano do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan (à esquerda), e vice-presidente do órgão, Mohamed Hamdan Dagalo (à direita), na capital sudanesa Cartum, em 22 de setembro de 2021 [Mahmoud Hjaj/Agência Anadolu]

Os Estados Unidos convidaram as Forças Armadas sudanesas e as chamadas Forças de Suporte Rápido, coalizão paramilitar que age no país, para mediar negociações por um cessar-fogo na Suíça, a partir de 14 de agosto.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Ambos os lados — aliados no regime militar até abril de 2023 — travam uma guerra no Sudão, que matou milhares e deslocou milhões.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, formalizou o convite nesta terça-feira (23).

“A escala de morte, sofrimento e destruição no Sudão é devastadora”, afirmou Blinken. “Este conflito sem sentido tem de acabar”.

O chanceler fez um apelo para que os lados em guerra atendam ao fórum com postura e abordagem construtivas.

LEIA: Mecanismos para acabar com os combates no Sudão precisam ser ativados

Na manhã desta quarta (24), o chefe do grupo paramilitar, Mohamed Hamdan Dagalo, prometeu participar “construtivamente”, a fim de cessar os combates em todo o país e facilitar acesso humanitário aos necessitados.

“Reafirmamos nossa posição … que é a insistência em salvar vidas, acabar com a luta e abrir caminho a uma solução política, pacífica e negociada, que leve o país de volta ao regime civil, rumo à transição democrática”, alegou Dagalo.

As conversas devem envolver também União Africana, Egito, Emirados Árabes Unidos e Organização das Nações Unidas (ONU), como observadores, explicou Blinken. Segundo o ministro, a Arábia Saudita deverá também receber as discussões.

A guerra no Sudão, em pouco mais de um ano, deflagrou fome generalizada e violência de caráter étnico no país. Ambos os lados são acusados de violações.

Negociações na cidade saudita de Jeddah, com apoio americano, colapsaram no fim do último ano.

Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado em Washington, comentou que o objetivo das conversas na Suíça é avançar nos trabalhos de Jeddah e tentar alcançar o que descreveu como “próxima fase”.

“Queremos apenas que as partes voltem à mesa e estamos determinados em reuni-las, junto às três nações-sede e os observadores, como a melhor aposta que temos por ora em cessar a violência em escala nacional”, argumentou Miller.

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