Peter Paltchik, judoca israelense de 32 anos e porta-bandeira da delegação olímpica do Estado ocupante em Paris, nos jogos que têm início nesta sexta-feira (26), assinou uma série de bombas disparadas contra os palestinos de Gaza, no contexto do genocídio no enclave sitiado.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Paltchik utilizou suas redes sociais para ostentar sua assinatura em projéteis disparados contra a população civil da Faixa de Gaza, junto aos dizeres “De mim, com prazer”.
Meet Israel’s flag bearer, Peter Paltchik, also known for signing bombs aimed at Palestinian children and civilians in Gaza.
Israel presence is going to make this Olympics to be remembered as the Genocide Games.
#IsraeliCrimes #ApartheidIsrael #GazaGenocide #CeasefireNOW pic.twitter.com/DJ16pYfUhx— Embassy of the State of Palestine in Cyprus (@PalestineEmbCy) July 24, 2024
Paltchik, nascido na Ucrânia, foi campeão europeu da modalidade abaixo de 100 kg em Praga, em 2020, e medalhista de bronze nas Olimpíadas de Tóquio — realizadas no ano seguinte, fora do calendário regular, devido à pandemia de covid-19.
Em 2021, Paltchik chegou a ser ranqueado como número um em sua categoria.
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Paltchik serviu como soldado na base aérea israelense de Tzrifin, segundo informações do jornal Times of Israel.
O colono ucraniano-israelense dividirá a bandeira, na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, com a nadadora nascida em Los Angeles Andrea Murez.
Nesta terça-feira (23), Thomas Bach, ex-esgrimista alemão e chefe do Comitê Olímpico Internacional (COI), negou um pedido da Palestina para banir Israel dos jogos na França devido ao genocídio em Gaza.
A medida tem jurisprudência recente: atletas da Rússia e Bielorrússia concorrerão sob bandeira neutra, devido à invasão militar do Kremlin contra a Ucrânia.
Na segunda-feira (22), o Comitê Olímpico da Palestina enviou uma carta a Bach, na qual argumentou que Israel age em transgressão da tradicional trégua olímpica, que deveria começar em 19 de julho e seguir até os Jogos Paralímpicos em setembro.
Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 39 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dez mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.
As ações israelenses desacatam medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Espera-se protestos pró-Palestina ao longo dos Jogos.