Israel liberta sete prisioneiros palestinos em meio a relatos de abusos graves

Autoridades da ocupação israelense libertaram sete palestinos sequestrados em Gaza nesta quinta-feira (25), incluindo duas mulheres.

De acordo com a Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina — entidade integrada à Cruz Vermelha Internacional —, os prisioneiros receberam primeiros-socorros ainda no checkpoint militar de Kissufim, a leste de Deir Al-Balah, antes de serem transferidos ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa.

Dois dos prisioneiros relataram tortura e violações graves em custódia.

Muhammad al-Louh reportou 30 dias de abusos, incluindo espancamentos contínuos e choques elétricos. Segundo al-Louh, os detidos são mantidos acorrentados, algemados e vendados a todo instante, sem poder sequer erguer a cabeça, aglomerados em salas estreitas e privados de necessidades básicas.

Outro sobrevivente, Muhammad Abu Shaar, corroborou tortura por choques elétricos em múltiplas ocasiões, além de espancamento e privação do sono. Abu Shaar observou também que as refeições fornecidas eram insuficientes e de péssima qualidade.

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De tempos em tempos, o exército israelense liberta alguns dos palestinos abduzidos ao longo da campanha em Gaza, que matou 39 mil pessoas e feriu 90 mil desde outubro. Uma vez libertados, os prisioneiros mostram sinais de tortura e tratamento desumano, incluindo até mesmo deficiências permanentes.

Desde o início do genocídio em Gaza, imagens de centenas de civis seminus postos em caminhões militares, rumo a localidades desconhecidas, viralizaram online, recordando imagens do Holocausto nazista.

O jornal israelense Haaretz confirmou uso de espancamento e posições de estresse — isto é, tortura.

Em maio, a rede americana CNN expôs detalhes de tortura e maus-tratos impostos aos palestinos de Gaza em um dos centros de detenção de Israel, com relatos de médicos sobre as violações

O Clube dos Prisioneiros Palestinos — ong de direitos humanos que monitora os presos políticos nas cadeias da ocupação — estima aproximadamente 9.700 palestinos detidos atualmente por Israel, incluindo 80 mulheres e 250 crianças.

Os números de Gaza, no entanto, são imprecisos.

Dos quase dez mil prisioneiros, ao menos 3.380 são mantidos sob a chamada detenção administrativa — isto é, sem julgamento ou acusação; reféns, por definição.

Entre as mulheres detidas, duas estão grávidas.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 39 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, em torno de 15 mil são crianças. Hospitais, escolas e abrigos não foram poupados.

Na Cisjordânia ocupada, são cerca de 500 mortos e 5.400 feridos, em meio a um surto de violência colonial que abrange campanhas de prisão em massa e pogroms a cidades e aldeias palestinas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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