Israel vem “sistematicamente usando a água como arma de guerra contra os palestinos de Gaza”, ao demonstrar desdém à vida humana e à lei internacional, advertiu a Oxfam — confederação humanitária internacional — em novo relatório.
O dossiê, intitulado “Water War Crimes” — ou “Os crimes de guerra da água” —, expõe não apenas os cortes israelenses de suprimentos externos de água, como a destruição de instalações hídricas e obstrução do socorro humanitário, ao reduzir o acesso à água em Gaza em 94%.
“Israel destruiu 70% da infraestrutura de bombeamento de esgoto e todas as estações de tratamento de esgoto, além dos principais laboratórios de testagem da qualidade da água em Gaza”, reportou a Oxfam.
Além disso, o regime israelense restringiu deliberadamente a entrada de equipamentos de testagem, ao limitar os meios de monitoria da crise, acrescentou o estudo.
“A Cidade de Gaza perdeu quase totalmente sua capacidade de produção e tratamento de água, com 88% de seus poços e todas as suas usinas de dessalinização destruídas ou danificadas”, detalhou a Oxfam.
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O relatório destacou também o impacto severo da escassez extrema de água potável e saneamento na saúde dos palestinos de Gaza, sob cerco militar em uma das áreas mais densamente povoadas do mundo.
Segundo o dossiê, mais de um quarto da população contraiu doenças graves e evitáveis devido às condições impostas pela campanha de Israel.
“Já vimos o uso israelense de punição coletiva e da fome como arma de guerra. Agora, testemunhamos o uso da água como arma, o que já resulta em consequências letais”, comentou Lama Abdul Samad, especialista em água e saneamento da Oxfam.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 39 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, em torno de 15 mil são crianças. Hospitais, escolas e abrigos não foram poupados.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.