Torcedores de futebol franceses estenderam bandeiras palestinas em protesto durante a partida entre Israel e Mali pelo torneio masculino da modalidade nas Olimpíadas de Paris, realizada nesta quarta-feira (24), ao inaugurar assim as manifestações nos Jogos contra o genocídio em Gaza.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Israel e Mali empataram por 1 a 1 no Estádio Parc des Princes, na capital francesa, em meios aos protestos nas arquibancadas.
Ainda antes do apito inicial, algumas alas da torcida vaiaram o hino nacional israelense. A partida correu, no entanto, sem interrupções.
Na terça-feira (23), Thomas Bach — ex-atleta alemão e presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) — negou um pedido da Comissão Olímpica da Palestina para banir Israel dos jogos na França devido ao genocídio em Gaza.
A medida tem jurisprudência recente: atletas da Rússia e Bielorrússia concorrerão sob bandeira neutra, devido à invasão militar do Kremlin contra a Ucrânia.
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Na segunda-feira (22), o Comitê Olímpico da Palestina enviou uma carta a Bach, na qual argumentou que Israel age em transgressão da tradicional trégua olímpica, que deveria começar em 19 de julho e seguir até os Jogos Paralímpicos em setembro.
Na semana passada, a FIFA adiou uma decisão sobre o banimento de Israel para o fim de agosto, ao efetivamente permitir a participação da seleção ocupante no torneio da modalidade em Paris. A disputa pela medalha de ouro ocorre em 9 de agosto.
Israel se classificou por meio das eliminatórias da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) e jogará, na fase de grupos, também contra Paraguai e Japão.
O início do torneio de futebol antecedeu neste ano a cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, marcada para esta sexta-feira (26).
Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 39 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dez mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.
As ações israelenses desacatam medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Espera-se uma onda de protestos pró-Palestina ao longo das Olimpíadas.