Netanyahu sugere ‘OTAN do Oriente Médio’ para combater Teerã

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu a formação de uma aliança militar “à la OTAN” no Oriente Médio para supostamente combater a influência do Irã, ao renovar esforços para reunir Estados árabes colaboracionistas sob a liderança de Tel Aviv e Washington.

Durante sua visita ao Congresso dos Estados Unidos, na quarta-feira (24), o premiê fez uma série de apelos ao Estado-patrono, incluindo uma coalizão regional composta por países que “fizeram as pazes com Israel [sic] e aqueles que logo o farão”.

Conforme Netanyahu, a parceria “seria uma coalizão de segurança em todo sentido do termo”, como uma extensão dos Acordos de Abraão — isto é, a normalização de laços mediada pelo então presidente americano Donald Trump entre a ocupação israelense, por um lado, e Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Bahrein, por outro.

A normalização com o Sudão — também prevista nos acordos — permanece paralisada devido à guerra civil no Estado africano.

Netanyahu sugeriu a alcunha de “Aliança de Abraão”, ao reforçar narrativas messiânicas e fundamentalistas ao público no Capitólio, incluindo membros do Partido Republicano cujas bases radicalizadas são constituídas por cristãos sionistas.

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Netanyahu recordou o disparo de centenas de mísseis iranianos contra Israel, ao alegar pronta resposta não apenas de Tel Aviv e de forças americanas na região, como Estados regionais, incluindo Jordânia, Egito e Arábia Saudita.

Os regimes árabes, contudo, sob forte pressão interna, negam a assistência.

Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados.

Segundo informações, a operação interrompeu com êxito o processo de normalização entre Israel e Arábia Saudita, negociado por Washington.

A campanha israelense em Gaza, como punição coletiva, deixou, porém, ao menos 39 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados e dez mil desaparecidos — provavelmente mortos sob os escombros.

As ações israelenses desacatam também medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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