Manifestantes se reuniram no Parque Lafayette, em frente à Casa Branca, na cidade de Washington, e entoaram palavras de ordem em solidariedade ao povo palestino, diante da reunião do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na sede do executivo, nesta quinta-feira (25)
Os manifestantes denunciaram Netanyahu como “criminoso de guerra”, ao reivindicar o fim do genocídio em Gaza.
O encontro ocorreu um dia depois de Netanyahu defender suas ações e solicitar maior apoio militar a deputados americanos no Capitólio, também sob protestos de milhares de pessoas.
A gestão Biden mantém seu apoio inabalável a Israel no presente contexto, ao aprovar US$17 bilhões em assistência militar adicional ao regime ocupante em abril, para além dos US$3.8 bilhões anuais enviados pelo Pentágono.
A Casa Branca, no entanto, alegou que Biden pretendia pressionar Netanyahu a aceitar sua proposta de cessar-fogo em três etapas, incluindo troca de prisioneiros, apesar das negativas prévias do líder israelense.
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No Salão Oval, antes do encontro, Netanyahu notou “estar ansioso” para trabalhar com Biden durante o período remanescente de seu mandato.
John Kirby, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, disse crer que uma trégua em Gaza seria iminente, ao afirmar que “as lacunas podem ser estreitadas”.
Biden e Netanyahu também se reuniram com famílias de colonos americanos mantidos como prisioneiros de guerra em Gaza, a fim de apaziguar a pressão doméstica a ambos os líderes.
Netanyahu é acusado de postergar soluções em causa própria, apreensivo com a queda de seu governo e sua eventual prisão por corrupção, sob três processos em curso.
À imprensa americana, familiares dos reféns reportaram esperanças de que Netanyahu usasse seu discurso para anunciar um acordo — contudo, sem aval.
Netanyahu tem ainda marcada uma conversa com a vice-presidente Kamala Harris, que deve substituir Biden como candidata democrata às eleições de novembro.
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O premiê foi também convidado por Donald Trump para um encontro em Mar-a-Lago, residência privada do ex-presidente e candidato republicano, nesta sexta-feira (26), em Palm Beach, no estado da Flórida.
Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 39 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados e dez mil desaparecidos — provavelmente mortos sob os escombros.
As ações israelenses desacatam também medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.