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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Harris pede fim da guerra em Gaza, é atacada por líderes de Israel

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reúne-se com a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, em Washington, em 25 de julho de 2024 [Amos Ben-Gershom/Agência Anadolu]
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reúne-se com a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, em Washington, em 25 de julho de 2024 [Amos Ben-Gershom/Agência Anadolu]

Lideranças israelenses rechaçaram a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, cotada para substituir o incumbente Joe Biden, do Partido Democrata, nas eleições de novembro, por seus apelos recentes pelo fim da guerra em Gaza, após encontro com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, em Washington, nesta quinta-feira (25).

As informações são da agência de notícias Reuters.

Harris expressou sua posição em coletiva de imprensa após a reunião, a qual reforçou a pressão crescente sobre Netanyahu para aceitar um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros com o movimento Hamas.

“Há um movimento de esperança nas conversas para assegurar um acordo e eu acabei de dizer ao primeiro-ministro Netanyahu que é hora de fazê-lo”, insistiu Harris.

A vice-presidente defendeu o direito à “autodefesa” do regime ocupante, mas assumiu uma posição ligeiramente mais crítica do que Biden, ao ressaltar: “Porém, como isso é feito importa”.

“O que vem acontecendo em Gaza pelos últimos nove meses é devastador”, comentou Harris. “As imagens de crianças mortas e pessoas famintas e desesperadas em busca de segurança, eventualmente deslocadas por duas, três ou até quatro vezes”.

“Não podemos lavar as mãos sobre essas tragédias”, prosseguiu a pré-candidata. “Não podemos nos permitir à indiferença diante do sofrimento e não ficaremos em silêncio”.

Na quarta-feira (24), em discurso no Capitólio, sede do legislativo americano, o premiê israelense reiterou sua propaganda de guerra e pediu por maior auxílio de Washington à campanha em Gaza, para além dos US$3.8 bilhões anuais, além de um pacote extra, deferido por Biden em abril, de US$17 bilhões.

Um oficial israelense, em condição de anonimato, alegou que os comentários de Harris podem ser interpretados pelo Hamas como eventual divergência entre Estados Unidos e Israel, de modo “a empurrar um acordo para mais longe”.

Para a fonte, a menção de Harris à crise humanitária em Gaza seria “exagerada”, apesar dos dados compilados por numerosas agências das Nações Unidas.

Os ministros supremacistas israelenses Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças) condenaram Harris.

“Senhora candidata, não haverá cessação nas hostilidades”, declarou Ben-Gvir na rede social X (Twitter).

Smotrich descreveu os apelos de Harris por um acordo como “rendição” à liderança do Hamas, ao acusá-la de “mostrar ao mundo o que venho dizendo há semanas — o que realmente está por trás do acordo” e preconizar: “Não podemos cair nessa armadilha!”

Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados.

A campanha israelense, como punição coletiva, deixou mais de 39 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses desacatam também medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

LEIA: ‘UNRWA não é terrorista’, reiteram EUA ao refutar designação de Israel

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