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Israel desloca quase 200 mil pessoas em apenas cinco dias, alerta ONU

Palestinos fazem fila para receber comida em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza sitiada, em 26 de julho de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]
Palestinos fazem fila para receber comida em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza sitiada, em 26 de julho de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

Uma nova ordem de evacuação emitida por Israel, em meio a ataques de artilharia por terra e ar, voltou a deslocar ao menos 190 mil pessoas na Faixa de Gaza ao longo desta semana, confirmou Farhan Haq, porta-voz adjunto da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira (26).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Nossos parceiros humanitários estimam mais de 190 palestinos deslocados em Khan Younis e Deir al-Balah desde a ordem de evacuação de segunda-feira”, afirmou Haq, ao notar centenas ainda presos em Khan Younis, em meio à violência.

“Segundo o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), as recentes diretivas de evacuação e intensas hostilidades desestabilizaram as operações assistenciais e frustraram esforços para providenciar socorro crítico aos civis de Khan Younis”, acrescentou.

Ao menos uma dúzia de pontos de distribuição de alimento e oito cozinha voluntárias tiveram de suspender operações nesta semana, segundo as informações.

Programas de nutrição em ao menos dois abrigos que atendem mais de 2.800 crianças e mulheres grávidas também foram interrompidos, detalhou o oficial da ONU.

Ao citar agências relevantes, Haq destacou que a insegurança alimentar e a designação de somente um ponto de acesso humanitário em Gaza — a travessia de Kerem Shalom — impedem o serviço de equipes médicas e emergenciais adicionais.

“Esses trabalhadores são criticamente necessitados em campo, para ajudar a conceder apoio à exaurida mão-de-obra de saúde local”, enfatizou o porta-voz, ao advertir que nenhum dos 36 hospitais de Gaza está “totalmente operante”.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 39 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Dentre as vítimas fatais, cerca de 15 mil são crianças.

As ações de Israel desacatam medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, deferida em janeiro, além de resoluções por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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