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América Latina teme que ataque a Haniyeh desestabilize o Oriente Médio e o mundo

Apoiadores da Fundação Palestina, carregando bandeiras e faixas palestinas, participam de um comício para condenar o assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Karachi, Paquistão, em 31 de julho de 2024 [Sabir Mazhar/ Anadolu Agency]

Lideranças da América Latina condenaram o assassinato de Ismail Haniyeh no início desta semana.

O chefe do Hamas havia conquistado atenções na região, especialmente depois que seus filhos e netos foram mortos durante a atual campanha de bombardeio de Israel em Gaza.

Vamos dar uma olhada no que disseram alguns dos líderes do Sul Global.

Brasil

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma declaração oficial dizendo que “condena veementemente” o assassinato de Haniyeh.

O Brasil, acrescentou o ministério, “repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca da estabilidade e da paz duradouras no Oriente Médio”.

O assassinato “prejudica ainda mais as chances de uma solução política para o conflito em Gaza, impactando negativamente as negociações que estavam ocorrendo para um cessar-fogo”, explicou. Um acordo de trégua é “essencial”, disse.

O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, também compareceu à posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian, onde estava sentado a apenas quatro assentos de Haniyeh, poucas horas antes de este último ser morto.

Venezuela

O governo venezuelano disse que considera o assassinato de Haniyeh “um ato terrorista contra o número um do escritório político dessa organização”.

Em um comunicado, Caracas expressou “sua mais profunda rejeição ao ataque terrorista” que, segundo ele, “violou flagrantemente a soberania do Irã” e “contribui para a constante agressão que o povo palestino está sofrendo”.

LEIA: Quem foi Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas assassinado em Teerã

O assassinato de Haniyeh, acrescentou, “elimina a possibilidade de alcançar uma solução rápida para o genocídio sistemático propagado pelo estado terrorista de Israel”.

A Venezuela também “exige a cessação de todos os atos de intimidação e extermínio contra o corajoso povo palestino” e “reitera mais uma vez sua rejeição ao terrorismo em todas as suas formas e espera a extinção desse tipo de prática que submete povos inteiros ao medo e à violência”.

Cuba

Em Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel condenou o assassinato de Haniyeh, dizendo que é um ato que viola a lei internacional e desestabiliza ainda mais o Oriente Médio.

No X, ele escreveu: “Cuba condena firmemente o assassinato de Ismail Haniyeh em Teerã, em clara violação do direito internacional e colocando ainda mais em risco a situação no Oriente Médio, a paz e a segurança regionais”.

“Minhas sinceras condolências ao povo palestino irmão, à família e aos amigos de Ismail Haniyeh.”

Da mesma forma, o chefe do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, Emilio Lozada, condenou o assassinato e o descreveu como “brutal”, acrescentando que foi uma “violação flagrante da soberania” do Irã, alertando sobre as consequências de tal ação.

Nicarágua

A Nicarágua condenou o “covarde assassinato” de Haniyeh, descrevendo-o como “mais um ato de interferência, desestabilização e grave agressão contra a já enfraquecida e tão necessária paz no mundo”.

Em uma declaração, o vice-presidente Rosario Murillo disse: “O governo adverte sobre as perigosas consequências que esse novo crime representa para a região e para o mundo”.

“Nossa solidariedade contínua com as famílias e o povo palestino é bem conhecida, sempre lutando juntos para acabar com a brutalidade, a selvageria e o genocídio contínuo contra esse povo heroico”, disse o governo.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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