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Israel impõe novas condições a proposta de cessar-fogo

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, em 18 de junho de 2024 [Shaul Golan via Getty Images]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adicionou uma condição inédita às propostas para um acordo de cessar-fogo em Gaza e troca de prisioneiros com o grupo Hamas, ao exigir a deportação de 150 prisioneiros palestinos.

A emissora israelense Canal 13 citou fontes anônimas ao afirmar que esta é uma entre as diversas novas condições postas por Netanyahu. Conforme as redes sionistas, os 150 prisioneiros seriam acusados de matar israelenses.

Segundo as informações, Netanyahu propôs deportá-los a países como Turquia e Catar, e bani-los de retornar aos territórios palestinos ocupados de Gaza e Cisjordânia — em violação da lei internacional.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há dez meses, deixando 40 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são retaliação e punição coletiva por uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou cerca de 200 colonos e soldados.

Em Israel, protestos contra o governo Netanyahu voltaram a tomar as ruas, com o mote da libertação dos prisioneiros de guerra em custódia na Faixa de Gaza.

Neste entremeio, no entanto, Israel deteve arbitrariamente quase 10 mil palestinos na Cisjordânia ocupada, fora um índice desconhecido em Gaza. A maioria permanece em custódia sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.

Netanyahu é acusado de criar empecilhos a um acordo em causa própria, sob receio de colapso de seu governo e eventual prisão por corrupção em caso de cessar-fogo.

LEIA: “Netanyahu não quer cessar-fogo pois sabe que amanheceria na prisão”

Em maio, o governo dos Estados Unidos sugeriu um acordo escalonado, incluindo troca de prisioneiros. O Hamas indiciou compromisso em avançar nas negociações; contudo, sem o aval de Israel.

Na última semana, um atentado atribuído a Israel resultou na morte de Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, considerado homem de decisão na pauta, na cidade de Teerã, onde estava para a posse do presidente Masoud Pezeshkian.

Diante de temores renovados de propagação da guerra, advertiu o Catar, mediador das negociações junto aos Estados Unidos e Egito: “Como nossa mediação pode ter sucesso quando um dos lados mata o negociador do outro?”.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, e age em desacato de medidas cautelares por fluxo humanitário contínuo e suspensão de suas ações militares em Rafah, no extremo sul de Gaza.

LEIA: Israel conduz a região a uma catástrofe sangrenta

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