O grupo palestino Hamas confirmou no sábado (3) ter iniciado o processo para eleger um sucessor a seu líder político Ismail Haniyeh, morto por um atentado atribuído a Tel Aviv, em Teerã, onde estava para a posse do presidente Masoud Pezeshkian.
“Asseguramos ao povo palestino que as instituições executivas e o Conselho Consultivo de Shura do movimento continuam o trabalho e desfrutam de mecanismos eficientes e práticos para manter a resistência mesmo nas circunstâncias mais difíceis”, comentou o Hamas em comunicado à imprensa.
O grupo, no entanto, negou a lista de nomes divulgada pela imprensa corporativa sobre os possíveis sucessores de Haniyeh no comando de seu gabinete político, responsável, entre outras pautas, pelas negociações por cessar-fogo em Gaza.
O Hamas destacou que o assassinato de Haniyeh não representa apenas uma perda ao movimento, mas “a todo o povo da Palestina ocupada, assim como as nações árabes e islâmicas, e os povos livres e honrados de todo o mundo”.
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Para a organização nacional palestina, “as expressões de solidariedade de leste a oeste são uma clara indicação disso”.
O movimento descreveu também o ataque como “criminoso e imoral”, mas insistiu que as ações não o impedirão de manter a resistência legítima contra a ocupação ilegal de Israel, à medida que outros líderes do passado também foram assassinados.
Conforme o Hamas, seus sucessores foram então nomeados conforme as regulações e os processos agora em curso.
O assassinato de Haniyeh coincide com o genocídio israelense em Gaza, como punição coletiva e retaliação a uma operação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados, em 7 de outubro.
Desde então, Israel matou ao menos 40 mil palestinos e feriu outros 90 mil em Gaza — dois terços, mulheres e crianças.
Israel mantém ainda disparos e ameaças a diversos países regionais, como Líbano, Síria e Iêmen, fomentando receios de propagação da guerra.