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Mulher morre após sofrer amputação nas cadeias de Israel

Wafa Jarrar, cidadã palestina de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, faleceu devido a ferimentos sofridos em custódia do exército israelense em meados de maio, reportou seu filho Hudhayfa nesta segunda-feira (5).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Hudhayfa lamentou a morte de sua mãe, aos 50 anos, em comunicado à imprensa, ao descrevê-la como “símbolo de resiliência e sacrifício”.

Israel libertou Wafa em 31 de maio após realizar uma cirurgia para amputar suas duas pernas acima do joelho, devido aos ferimentos causados pela brutalidade dos soldados na ocasião de sua captura, dez dias antes.

De acordo com um informe da Sociedade dos Prisioneiros Palestinos e da Comissão de Assuntos dos Prisioneiros — organizações que monitoram as violações contra os presos políticos da ocupação colonial —, forças israelenses invadiram sua casa durante invasão à cidade e ao seu campo de refugiados.

O viúvo de Wafa, Abdul Jabbar Jarrar, de 58 anos, continua em custódia israelense, sob detenção administrativa, sem julgamento ou sequer acusação, desde fevereiro.

O incidente marcou a primeira e única prisão de Wafa, que deixa quatro filhos.

LEIA: Mais um prisioneiro palestino morre sob tortura nas cadeias de Israel

Segundo o Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo, o exército colonial alegou que Wafa sofreu ferimentos devido a uma explosão dentro do veículo armado onde foi mantida por quatro horas, sem assistência médica.

A organização notou que Wafa sofreu também lesões em sua coluna vertebral e seus pulmões, após uma incursão arbitrária em sua casa na qual soldados destruíram bens e roubaram dinheiro.

Wafa Jarrar era coordenadora da Associação de Famílias de Mártires e Prisioneiros de Jenin — histórico de ativismo que indica motivação política para seu assassinato.

Tensões continuam a se intensificar nos territórios palestinos ocupados, no contexto do genocídio israelense em Gaza, deixando 40 mil mortos e 90 mil feridos, desde outubro, além de dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia, forças israelenses mataram ao menos 600 palestinos e feriram cerca de 5.400 outros, além de uma campanha de prisão que elevou a população carcerária nas cadeias da ocupação a quase dez mil pessoas.

Em 26 de janeiro, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, deferiu a denúncia sul-africana de que Israel comete genocídio em Gaza.

Em 19 de julho, em processo à parte, a corte reconheceu como “ilegal” a ocupação de décadas sobre terras palestinas, ao reivindicar o fim da presença militar e a evacuação imediata dos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

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