O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, alertou ao Grupo dos Sete (G7) que Irã e o grupo libanês Hezbollah podem atacar Israel dentro das próximas 24 a 48 horas, segundo relatos divulgados nesta segunda-feira (5) pela agência Axios.
A declaração não foi confirmada até então pela Casa Branca, mas coincide com receios de uma guerra regional, no contexto do genocídio em Gaza e disparos e ameaças de Tel Aviv a Estados próximos, como Síria, Líbano e Iêmen.
Na última semana, Irã e Hezbollah prometeram retaliar o assassinato, atribuído a Israel, de Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, que estava em Teerã para a posse do novo presidente Masoud Pezeshkian.
Conforme fontes anônimas, Blinken disse aos chanceleres do G7, em videoconferência, que Irã e Hezbollah podem antecipar seu ataque a partir desta segunda.
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“Blinken destacou crer que tanto Hezbollah quanto Irã retaliarão”, reportou a Axios, ao notar que Washington “não sabe o momento exato dos ataques ou sua natureza”.
Blinken comentou, porém, que ainda espera conter a escalada regional ao persuadir Irã e Hezbollah a limitar o escopo de seus ataques e então dissuadir Israel de sua eventual tréplica. Blinken pediu aos outros países para se somarem à pressão diplomática.
O G7 — que também abarca Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Grã Bretanha — emitiu uma nota na segunda-feira expressando “profunda apreensão sobre o alto nível de tensão no Oriente Médio”.
O comunicado pediu moderação das partes envolvidas, ao insistir que “nenhuma nação ou país tem o que ganhar com uma maior escalada”.
Alto risco
Logo após o assassinato de Haniyeh, em 31 de julho, o Pentágono enviou novas tropas ao Oriente Médio, como antecipação a eventuais ações retaliatórios.
O general Michael Kurilla, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, deve chegar em Israel nesta segunda para “finalizar preparações” junto ao exército colonial, “diante do possível ataque”, prosseguiu a Axios.
De sua parte, Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, ressaltou suas ameaças: “Caso ousem nos atacar, pagarão um duro preço”.
Os quase dez meses de genocídio israelense em Gaza levaram a trocas de hostilidades entre Israel e grupos ligados ao Teerã, sobretudo o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iêmen.
Segundo as informações, nem Estados Unidos nem Irã querem uma guerra aberta.
Ainda assim, Washington e diversas capitais europeias alertaram seus cidadãos a deixar o Líbano, diante do risco de uma deflagração armada. Japão, Arábia Saudita e França se somaram aos alertas, enquanto companhias aéreas continuam a operar.