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Israel falha em mobilizar judeus ortodoxos ao serviço militar obrigatório

Protesto contra o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Tel Aviv, em 27 de julho de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

O exército israelense falhou em alistar centenas de judeus haredim (ultraortodoxos) ao serviço militar obrigatório, confirmou a imprensa local nesta segunda-feira (5), segundo informações da agência Anadolu.

A rádio militar KAN notou que somente 30 dos mil judeus ortodoxos esperados para se apresentar compareceram aos centros de recrutamento entre segunda e terça-feira da última semana.

Segundo uma fonte, a deserção se deve aos protestos da comunidade.

Neste contexto, a polícia israelense confirmou a prisão de três manifestantes haredim em frente ao centro de recrutamento.

Em junho, a Suprema Corte de Israel ordenou judeus ortodoxos a servirem ao exército, ao revogar sua isenção histórica, em nome dos estudos de teologia.

A corte determinou ainda a suspensão de repasses fiscais a instituições religiosas cujos estudantes se neguem ao serviço militar.

Haredim são cerca de 13% da população israelense e costumam dedicar suas vidas aos estudos do Torá. A lei israelense prevê que todos os cidadãos acima de 18 anos sirvam ao exército; a isenção dos ortodoxos é motivo de disputa há décadas.

LEIA: ‘Um estado que recruta estudantes da Torá não tem o direito de existir’, diz chefe rabino da Lituânia

A convocatória coincide com a agressão em Gaza, com 40 mil mortos e 90 mil feridos, e hostilidades em diversos fronts, como Líbano, Síria e Iêmen, para além das ameaças de Israel de uma guerra aberta contra Teerã.

A resistência em Gaza impôs duras baixas a Israel, ao adotar táticas de guerrilha urbana nas ruínas do enclave, deixando dez mil soldados “inativos” — mortos ou feridos — de acordo com estimativas da imprensa em hebraico.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro. As ações israelenses em Gaza são crime de guerra e punição coletiva.

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