O governo britânico tem de “tratar a islamofobia com a urgência que merece [e] adotar uma definição formal de trabalho” para a discriminação contra muçulmanos, advertiu Ed Davey, parlamentar e líder do Partido Liberal Democrata, em artigo publicado nesta quinta-feira (8) pela rede Muslim News.
Segundo Davey, é necessário nomear um assessor especial do governo para combater a islamofobia, cargo vacante a dois anos sob o Partido Conservador (Tory).
Seus apelos sucedem pogroms que tomaram o país contra negócios e propriedades de imigrantes ou minorias britânicas — sobretudo muçulmanos. Militantes supremacistas tentaram incendiar ao menos dois hotéis de requerentes de asilo.
“Por tempo demais, o governo falhou em tratar a islamofobia com a devida urgência”, destacou Davey. “Agora, o primeiro-ministro [Keir Starmer] tem a oportunidade de agir rápida e decisivamente, como merece a comunidade islâmica no Reino Unido”.
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Para o congressista liberal, o primeiro passo é “adotar uma definição forma de trabalho para a islamofobia”. Seu partido, explicou Davey, adotou em 2019 a definição do Grupo Parlamentar Apartidário (APPG), como base para definir o racismo anti-islâmico.
“Precisamos de ações prioritárias, ao deixar claro que a islamofobia não será tolerada”, reafirmou Davey. “Racismo e islamofobia não têm lugar em nossa sociedade”.
No entanto, mostrou-se otimista: “A união prevalecerá … Nos últimos dias, vivenciamos enorme compaixão, gentileza e decência — sobretudo dos muçulmanos britânicos, que tão bravamente se uniram por suas comunidades, apesar dos ataques”.
“Devemos a eles agir rapidamente para extirpar a islamofobia de nossa sociedade — de uma vez por todas”, acrescentou.
Os ataques no último fim de semana foram instigados por uma campanha de fake news difundida online, que atribuiu a morte de três crianças em Southport, em 29 de julho, a um refugiado muçulmano.
O agressor, contudo, foi identificado como cidadão britânico nascido em Cardiff.
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