A viagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aos Estados Unidos, no final de julho, para discursar no Capitólio, custou mais de meio milhão de dólares, em um contexto de genocídio e fome em Gaza e medidas de austeridade em seu país, para financiar seus esforços de guerra.
Netanyahu viajou aos Estados Unidos a bordo da aeronave oficial Knaf Tzion (ou Asa de Sião), pertencente à Força Aérea, ao custo de US$520 mil — ou aproximadamente dois milhões de shekels.
Conforme o Canal 7 de Israel, sua visita à Flórida, onde se reuniu com o ex-presidente e candidato republicano à eleição de novembro, Donald Trump, custou US$73 mil — em torno de 300 mil shekels.
Segundo o Ministério da Defesa de Israel, esforços de manutenção da aeronave, a cada cinco anos, são estimados em 47 milhões de shekels — ou US$12 milhões.
Caso viajasse pela companhia nacional El Al, a viagem de Netanyahu poderia chegar a US$980 mil.
Em 25 de julho, em discurso ao Capitólio, Netanyahu sua propaganda de guerra e pediu maior auxílio de Washington à agressão a Gaza, para além dos US$3.8 bilhões anuais, além de um pacote extra, deferido por Biden em abril, de US$17 bilhões.
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Os valores contrastam com uma crise doméstica em Israel, para além de manifestações de massa contra o governo, incluindo recordes de pobreza no país.
Israel mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados.
A campanha israelense, como punição coletiva, deixou mais de 39 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.
Netanyahu é acusado de postergar negociações por cessar-fogo e troca de prisioneiros em causa própria, apreensivo com o colapso de seu governo e sua eventual prisão por corrupção, sob três processos em curso.
Em maio, Karim Khan, promotor-chefe do TPI, solicitou um mandado de prisão contra o premiê israelense e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, ao apontar “crimes de guerra e lesa-humanidade”. Khan requereu a mesma medida a três lideranças do Hamas.
As ações israelenses desacatam também medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.