França, Alemanha e Reino Unido pediram em nota conjunta, divulgada nesta segunda-feira (12), que as partes envolvidas nas tensões que assolam o Oriente Médio adotem “comedimento”, sobretudo no que diz respeito a uma eventual retaliação do Irã e seus aliados pelos ataques israelenses recentes nas cidades de Teerã e Beirute.
Líderes dos três países europeus fizeram coro a apelos por “desescalada e estabilidade regional”, além de um cessar-fogo urgente na Faixa de Gaza e outros zonas de combate assumidas por Israel.
No fim de julho, Israel realizou um ataque a Beirute no qual matou um comandante do grupo Hezbollah. Menos de 24 horas depois, o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerã, onde estava para a posse do presidente Masoud Pezeshkian, em atentado atribuído a Israel.
Desde então, temores de propagação da guerra se mantêm altos, incluindo alertas de resposta iraniana e troca de disparos na fronteira entre Israel e Líbano.
O apelo europeu foi assinado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. Apesar da crise em Gaza e das ações inflamatórias de Israel, seu enfoque foi Teerã.
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O trio, contudo, reiterou apoio aos supostos esforços de mediação dos Estados Unidos, Catar e Egito para estabelecer um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, após dez meses de genocídio, incluindo troca de prisioneiros.
“Os combates têm de acabar agora mesmo e todos os reféns ainda retidos pelo Hamas têm de ser libertados”, acrescentou a nota, sem mencionar os dez mil presos políticos palestinos nas cadeias israelenses — a maioria sem julgamento ou acusação, reféns por definição.
O comunicado, no entanto, sugeriu “entrega e distribuição urgentes e desobstruídas de assistência humanitária ao povo de Gaza”.
Tensões, entretanto, permanecem altas, à medida que os três países, junto dos Estados Unidos, mantêm envios de armamentos a Israel.
No domingo (11), Washington ordenou urgência na chegada de seu porta-aviões USS Abraham Lincoln e de um submarino armado ao Oriente Médio, após anunciar o envio de recursos adicionais na última semana.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, em retaliação e punição coletiva a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados.
O regime ocupante age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para negociar um cessar-fogo, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, para permitir o fluxo humanitário e evitar ações de natureza genocida.
A campanha israelense contra a Faixa de Gaza deixou ao menos 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, cerca de 15 mil são crianças.
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