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Palestinos usam sacos plásticos para recolher corpos em escola de Gaza

Sacos plásticos utilizados para recolher os restos mortais das vítimas de um ataque de Israel ao colégio al-Tabi’in, convertido em abrigo para os deslocados de Gaza, no bairro de al-Daraj, em 11 de agosto de 2024 [Abdallah Dalee/Agência Anadolu]

Palestinos se viram forçados a utilizar sacos plásticos para coletar corpos despedaçados de civis mortos por um recente ataque israelense contra o colégio al-Tabi’in, convertido em abrigo para refugiados, no bairro de al-Daraj, na Cidade de Gaza.

Ao menos cem palestinos foram mortos na manhã de sábado (10) quando o exército da ocupação israelense bombardeou o colégio. Conforme testemunhas, o ataque ocorreu enquanto as pessoas se reuniam no pátio para realizar suas orações.

Jornalistas e trabalhadores da defesa civil operando em campo tiveram dificuldades em descrever o desastre, em meio a corpos desfigurados e carbonizados.

A falta de água, devido ao cerco israelense, dificultou também controlar o incêndio.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram as chamas que tomaram o colégio após o ataque, com gritos audíveis no registro.

LEIA: Israel bombardeou 17 escolas de Gaza apenas em julho, reporta ONU

 

“Condenamos veementemente a condução deste massacre hediondo pela ocupação e pedimos ao mundo que o denuncie”, comentou o gabinete de imprensa do governo em Gaza, em nota. “Responsabilizados Israel e Estados Unidos pelo massacre”.

“Reivindicamos que a comunidade internacional e as organizações globais, incluindo as Nações Unidas, exerçam pressão sobre a ocupação para dar fim aos crimes de limpeza étnica e genocídio cometidos contra civis e pessoas deslocadas em Gaza, e rematar seu derramamento de sangue”, acrescentou.

Em seu canal do Telegram, neste domingo (11), observou o Hamas: “Os Estados Unidos têm dado apoio político e militar a Israel, tornando-se cúmplice direto no massacre na escola de al-Tabi’in e outros crimes e violações”.

O Hamas pediu reuniões emergenciais da Liga Árabe, da Organização para Cooperação Islâmica e do Conselho de Segurança das Nações Unidas para tratar do assunto, assim como corte de relações diplomáticas e comerciais com Israel.

O movimento reiterou urgência de implementar as cláusulas da Cúpula Árabe-Islâmica realizada em 11 de novembro, em Riad, na Arábia Saudita, que pediu ações pelo fim do cerco e fluxo humanitário contínuo aos palestinos de Gaza.

Além disso, instou o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, a instaurar um comitê investigativo internacional sobre o incidente e outros massacres cometidos por Israel contra civis.

 LEIA: Israel atacou 13 centros de abrigo de palestinos deslocados em Gaza em agosto

O TPI analisa pedido de seu promotor-chefe, Karim Khan, sobre um mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant.

Israel é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro.

O colégio al-Tabi’in abrigava civis sucessivamente deslocados pelos mais de dez meses de genocídio israelense em Gaza, deixando 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.

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