O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, expressou apreensões nesta segunda-feira (12) sobre a escalada de tensões no Oriente Médio, em telefonema com o novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian.
As informações são da agência Anadolu.
Ambos discutiram questões de interesse mútuo, segundo a rede Vatican News. Parolin parabenizou Pezeshkian por sua eleição e enfatizou a importância de negociações para dar fim aos conflitos que assolam a região.
Parolin reiterou os temores do regime pontifício sobre uma guerra aberta na região, no contexto do genocídio israelense em Gaza, para além de ataques de Tel Aviv a diversos fronts, como Líbano, Síria, Iêmen e mesmo Irã.
No fim de julho, em menos de 24 horas, ataques em Beirute e Teerã incidiram na morte de Fuad Shukr, comandante do Hezbollah, e Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do movimento palestino Hamas.
Haniyeh estava em Teerã justamente para a posse presidencial de Pezeshkian, junto de dezenas de outros representantes internacionais — dentre os quais, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin.
As ações foram atribuídas a Israel, sob promessas de resposta das partes afetadas.
LEIA: Israel conduz a região a uma catástrofe sangrenta
Neste sentido, o cardeal Parolin comentou ter esperanças de que prevaleçam o diálogo, negociações e paz.
Ao concluir uma sessão da Audiência Geral na última quarta-feira (7), o Papa Francisco reiterou sua apreensão sobre a conjuntura no Oriente Médio e pediu a todas as partes envolvidas que ajam para não propagar o conflito.
“Deve haver um cessar-fogo imediato em todos os fronts, a começar por Gaza, onde a situação humanitária é gravíssima e insustentável”, reiterou o pontífice.
Pezeshkian assumiu o cargo após vencer eleições antecipadas devido a um acidente de helicóptero que matou seu predecessor linha-dura, Ebrahim Raisi. Nesta segunda-feira, o novo presidente anunciou seu gabinete de ministros, considerado moderado.
Segundo informações, o Irã consultou a Rússia — seu maior aliado estratégico — sobre os próximos passos em relação à conjuntura regional.
Em Gaza, são 40 mil mortos e 90 mil feridos até então.