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Sudão vive ‘ponto de ruptura catastrófico’, alertam Nações Unidas

Devastação em al-Fasher, capital do estado de Darfur do Norte, no Sudão, em 1º de setembro de 2023 [AFP via Getty Images]

A situação humanitária no Sudão, assolado pela guerra há cerca de 16 meses, chegou a um “ponto de ruptura catastrófico, cataclísmico”, confirmou nesta segunda-feira (12) a Organização Internacional para a Migração (OIM).

As informações são da rede de notícias Anadolu.

A agência das Nações Unidas emitiu um novo alerta sobre o país africano, ao notar que a fome e as enchentes “se somam ao catálogo de desafios” enfrentados por milhões de pessoas que lutam contra a maior crise deslocamento do mundo.

“Não se enganem, essas condições persistirão e piorarão caso o conflito e as restrições ao acesso humanitário continuem”, declarou Othman Belbeisi, diretor regional da OIM para Norte da África—Oriente Médio.

“Sem uma resposta mundial coordenada, imediata e massiva, arriscamos testemunhar dezenas de milhares de mortes evitáveis nos próximos meses”, acrescentou. “Estamos em um ponto de ruptura — ponto de ruptura catastrófico, cataclísmico”.

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Uma epidemia de fome foi oficialmente reportada no campo de Zamzam, perto de al-Fasher, capital do estado de Darfur do Norte, onde meio milhão de deslocados à força estão abrigados.

O comunicado da OIM reiterou que quase 97% dos deslocados internos estão hoje em áreas marcadas por severa insegurança alimentar.

Segundo o comunicado, o deslocamento continua a decolar, com mais de 10.7 milhões de pessoas buscando refúgio dentro do país.

Combates recentes no estado de Sennar, no sudeste do país, deslocaram ao menos 700 mil pessoas, ao expulsá-las de suas casas a outras regiões.

Para além da guerra, enchentes torrenciais tomaram a região desde junho, ao deslocar 20 mil pessoas de 11 dos 18 estados sudaneses e degradar ainda mais o acesso e fluxo de assistência humanitária, reiterou a nota.

A OIM destacou a demanda por financiamento urgente para ampliar esforços e prover alimentação, abrigo e serviços críticos de saúde à população carente.

O Sudão é tomado por conflitos entre o exército regular, liderado pelo general e chefe do Conselho Soberano, Abdel Fattah al-Burhan, e o grupo paramilitar Forças de Suporte Rápido (FSR), comandado por seu ex-vice, Mohamed Hamdan Dagalo.

Ao menos 12.260 pessoas foram mortas e outras 33 mil ficaram feridas pelos conflitos, desde abril de 2023, segundo as Nações Unidas. Quase 6.8 milhões de pessoas fugiram do Sudão aos países vizinhos.

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