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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Grupo de direitos civis processa FBI e Casa Branca por perseguição antipalestina

Centenas protestam contra o assassinato da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, baleada por um franco-atirador israelense, na Ponte do Brooklyn, na cidade de Nova York, EUA, em 15 de maio de 2022 [Tayfun Coskun/Agência Anadolu]

O Conselho de Relações Islâmico–Americanas (CAIR) registrou um processo legal contra o Departamento Federal de Investigações (FBI) e outras órgãos do governo dos Estados Unidos após estes registrarem como “terroristas” dois ativistas pró-Palestina.

O caso foi aberto na segunda-feira (12) contra a designação racista e discriminatória de Osama Abu Irshaid e Mustafa Zeidan como indivíduos sob alerta e vigilância da agência equivalente à polícia federal.

Ambos foram identificados no chamado Terrorist Screening Center (TSC), ou Centro de Monitoramento de Terroristas.

Irshaid, diretor executivo da associação Muçulmanos Americanos pela Palestina, viajou dos Estados Unidos ao Catar no fim de maio e retornou no início de junho.

Segundo o processo, ao regressar, agentes federais o forçaram a passar por uma revista e interrogatórios abusivos, ao concentrar-se em seu ativismo e na mobilização de atos contra o genocídio israelense em Gaza.

Irshaid teve seu telefone apreendido sem mandado, não devolvido até então.

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Zeidan, radicado na Califórnia, costuma visitar a mãe na Jordânia, mas foi impedido de embarcar ao país neste ano, ao ser informado por autoridades de que ele fora posto na chamada “no-fly list” — isto é, indivíduos que não podem viajar de avião.

O processo da CAIR foi registrado no nome de ambos na Corte Federal do Distrito Leste do estado de Virgínia.

A organização “denuncia os maus tratos impostos aos ativistas palestinos, com base em parâmetros constitucionais”. Segundo a denúncia, as restrições a ambos decorrem de racismo e discriminação, em vez de sanções penais ou de segurança pública.

“Nem o dr. Abu Irshaid, nem o sr. Zeida foram, em qualquer momento, condenados ou sequer indiciados por crimes violentos”, asseveraram os advogados.

Para além do FBI, outras instituições identificadas no processo são o Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Nacional.

A perseguição aos ativistas coincide com atos denunciados como um novo macartismo contra manifestantes pró-Palestina, no contexto do genocídio israelense em Gaza, que deixou 40 mil mortos e 90 mil feridos até então.

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A campanha israelense segue com cumplicidade da Casa Branca, incluindo um pacote de US$20 bilhões em armas adicionais transferidas a Israel, deferido pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, nesta terça-feira (13).

Israel age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança para negociações, assim como medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, para desescalada e fluxo humanitário.

As ações israelenses em Gaza são crime de guerra, punição coletiva e genocídio.

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