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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Colonos de Israel realizam pogrom e ateiam fogo em aldeia na Cisjordânia

Danos causados por pogrom contra palestinos nativos, realizado por colonos ilegais israelenses, na aldeia de Jatt, na província de Qalqilya, na Cisjordânia ocupada, 16 de agosto de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Um grupo de mais de cem colonos israelenses ilegais conduziram um novo pogrom ao invadir a aldeia palestina de Jatt (Jit), situada à beira da estrada que conecta as cidades de Nablus e Qalqilya, na Cisjordânia ocupada.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Segundo testemunhas em campo, os colonos atearam fogo a casas e veículos, atiraram pedras contra residências e famílias e vandalizaram diversas propriedades. Ao menos uma pessoa foi morta pela nova ocorrência de pogrom colonial.

Soldados israelenses escoltaram os agressores e mesmo impediram qualquer acesso de veículos da defesa civil palestina ao vilarejo.

De acordo com a rádio militar israelense Kan, o ataque desta quinta-feira (15) contou com ao menos mil colonos.

Uma fonte interna confirmou que os colonos atearam fogo a quatro casas e seis carros pertencentes a cidadãos palestinos e lançaram pedras e mesmo coquetéis molotov às famílias e suas casas.

“O incidente terminou sem prisões, mas vários palestinos sofreram com asfixia por gás lacrimogêneo”, admitiu a fonte.

Na sexta-feira (16), Tor Wennesland — coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio — condenou “veementemente o ataque de colonos israelenses que devastaram a aldeia de Jit … e aterrorizaram a comunidade”.

“É urgentemente necessário conduzir passos concretos para garantir responsabilização plena de todos os envolvidos”, acrescentou na rede social X (Twitter). “Peço ao governo israelense que pare com a violência”.

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O governo dos Estados Unidos emitiu repúdio através de um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional — contudo, anônimo. “Ataques de colonos violentos contra civis na Cisjordânia são inaceitáveis e devem parar”, disse o oficial.

A União Europeia, porém, demonstrou tendência em subir o tom. Josep Borrell, chefe de política externa do bloco, condenou “os ataques coloniais em Jit, com o objetivo de aterrorizar os palestinos”, em postagem no Twitter.

“Dia após dia, em quase total impunidade, colonos israelenses fomentam violência na Cisjordânia ocupada, pondo em risco qualquer chance de paz”, repreendeu Borrell. “O governo de Israel tem de parar essas ações inaceitáveis imediatamente”.

“Confirmo a minha intenção de pôr sobre a mesa planos de sanções contra os colonos violentos e seus facilitadores, incluindo membros do governo israelense”, acrescentou.

Terrorismo colonial

Nos últimos anos, o exército israelense tem conduzido operações regulares nas aldeias e cidades ocupadas da Cisjordânia, com uma escalada sem precedentes no contexto do genocídio em Gaza, desde 7 de outubro.

Neste período, disparos israelenses deixaram ao menos 632 mortos e 5.400 feridos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além de dez mil detidos em uma campanha hostil que dobrou a população carcerária palestina.

Parte abundante dos palestinos nas cadeias da ocupação permanece em custódia sem julgamento ou sequer acusação — reféns por definição.

Neste entremeio, ataques de colonos contra as comunidades nativas — ou pogroms — deixaram ao menos 18 mortos e 785 feridos nos territórios ocupados. Os pogroms são instigados e mesmo convocados por ministros e deputados de Israel.

Entre os métodos aplicados pelos colonos ilegais israelenses estão disparos de munição real, incêndios criminosos, linchamento, apedrejamento, destruição de terras e cultivos e ataques diretos contra residências, famílias e agricultores.

Segundo alerta emitido nesta sexta da Comissão Palestina de Resistência à Colonização e ao Muro, ao menos 273 incêndios criminosos contra terras, casas e lojas palestinas, deflagrados por colonos, foram registrados no contexto atual.

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“O exército israelense e seus colonos ilegais exploram a brutal agressão imposta a Gaza para cometer inúmeros crimes”, comentou Moayyad Sha’ban, presidente da Comissão. “Os incêndios, com danos extensos, são algumas das facetas mais claras desses crimes, com a última incidência sobre Jit, a leste de Qalqilya, no norte da Cisjordânia”.

Para Sha’ban, os ataques expõem um “método consistente e crescente”, com intuito de expulsar os nativos de suas terras e substituí-los por assentamentos ilegais.

Segundo sua denúncia, Israel “adota e apoia tais ações como meio de aterrorizar civis e lhes impor enormes perdas sociais e econômicas”.

“Grupos coloniais terroristas recebem apoio oficial [de Israel], incluindo financiamento, proteção e imunidade”, reafirmou Sha’ban, “em flagrante violação das resoluções e leis internacionais, que condenam o projeto de colonização e assentamento”.

Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, admitiu como “ilegal” as décadas de ocupação israelense em terras palestinas e exigiu evacuação imediata de todos os assentamentos e reparações aos nativos.

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Palestina: quatro mil anos de história
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