O desemprego entre os jovens em vários Estados árabes aumentou desde os anos que antecederam a pandemia de coronavírus, confirmou um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao apontar um revés na região, diante das promessas para superar as altas taxas de desemprego de 15 a 24 anos.
Segundo a agência das Nações Unidas, oito Estados árabes — Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria — reportaram taxas maiores de desemprego no último ano, comparadas a 2019.
Há cinco anos, o desemprego médio entre esses países chegava a 27%, contra 28% em 2023 — isto é, aproximadamente 2.5 milhões de pessoas ou 4% da população total de desempregados no mundo, estimada hoje em 64.9 milhões de pessoas.
Exceções são Omã, Kuwait e Arábia Saudita, a qual registrou a maior queda nos índices de desemprego entre a população jovem no ano passado, com redução a 8.6% — em relação aos 16.3% de 2019.
Conforme a OIT, o Oriente Médio se mostra uma das três sub-regiões cujos números de desemprego entre os jovens são “criticamente altos”, junto do Leste e Sudeste da Ásia.
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O estudo notou também que Estados árabes registraram o maior índice de jovens que não trabalham nem estudam, com um dentre três jovens identificados nesta categoria, sem mudanças consideráveis entre 2015 e 2023.
O índice ainda é o mesmo para o Norte da África e África Subsaariana, totalizando 33% da população jovem global sem projeção de avanços, sobretudo no que diz respeito às metas das Nações Unidas para desenvolvimento sustentável.
Mia Seppo, diretora-geral da OIT, reiterou que o desemprego entre os jovens “ressoa o alerta sobre a crescente precarização do trabalho e aumento nas lacunas entre a oferta de jovens graduados e o número de empregos adequados para absorvê-los”.
“Esta é uma mensagem clara”, concluiu a oficial, “sobre a urgência de agirmos melhor para combater a desigualdade de acesso a oportunidades e realizar medidas efetivas e planejadas para conquistar mudanças transformadoras aos jovens marginalizados”.