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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Hamas rejeita novas condições de Israel nas negociações em Doha

Destruição deixada por ataques israelense em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 12 de agosto de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]
Destruição deixada por ataques israelense em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 12 de agosto de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

O grupo palestino Hamas rejeitou as “novas condições” impostas por Israel à proposta para um eventual acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros debatido em Doha, no Catar, após dois dias de negociações indiretas.

Conforme dois oficiais do ramo político do grupo nacional, em contato com a rede AFP nesta sexta-feira (16), a delegação israelense “estabeleceu novas condições, no intuito de impedimento [de um acordo de cessar-fogo]”.

Segundo as informações Israel “insistiu em manter suas forças na área de fronteira com o Egito, o chamado Corredor da Filadélfia, e exigiu direito de veto a nomes dos presos políticos a serem libertados, além de deportação de outros”.

Uma das fontes reafirmou que o Hamas “não aceitará nada menos que um cessar-fogo completo, completa retirada [das forças israelenses] de Gaza, retorno desobstruído dos deslocados a suas casas e troca de prisioneiros sem restrições por parte da ocupação”.

Uma nova rodada de negociações começou na capital catari na quinta-feira (15), diante de receios internacionais de propagação da guerra, após um atentado atribuído a Israel matar Ismail Haniyeh, líder político do Hamas e figura chave nas negociações, em Teerã em 31 de julho, onde estava para a posse do novo presidente Masoud Pezeshkian.

LEIA: Mortalidade entre jornalistas em Gaza muito acima de outros grupos, alerta categoria

Em 31 de maio, sob pressão interna em sua campanha eleitoral, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, propôs um acordo escalonado de três fases, incluindo cessar-fogo, troca de prisioneiros e reconstrução de Gaza. Porém, sem o aval de Israel.

Dirigentes de inteligência do Egito e Estados Unidos viajaram a Doha para se encontrar com o diretor da agência israelense Mossad, David Barnea.

Na noite de quinta-feira, o Hamas reafirmou que qualquer acordo deve incluir “retirada completa” do exército da ocupação israelense da Faixa de Gaza.

Hussam Badran, membro do bloco político do Hamas, declarou em comunicado após a retomada das conversas no Catar que “qualquer acordo deve compreender um cessar-fogo abrangente, plena retirada de Gaza e retorno dos deslocados”.

Neste sentido, observadores advertiram para ações e declarações de Tel Aviv contrárias ao processo político, incluindo demandas inéditas.

Críticos alertam que Netanyahu posterga um acordo em causa própria, sob apreensões sobre o colapso de seu governo e eventual prisão por corrupção em três processos em curso. Milhares de manifestantes — incluindo familiares dos prisioneiros de guerra em Gaza — tomam as ruas há meses por sua deposição.

Israel age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para avançar em um cessar-fogo, além de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, para desescalada e fluxo humanitário.

As ações israelenses são retaliação e punição coletiva a uma operação transfronteiriça do Hamas em 7 de outubro, que capturou colonos e soldados.

Em Gaza, são ao menos 40 mil mortos e 92.400 feridos, sobretudo mulheres e crianças, além de dois milhões de desabrigados e dez mil desaparecidos.

O Estado israelense é também réu por genocídio em Haia, sob denúncia sul-africana, deferida em 26 de janeiro.

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