Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Mortalidade entre jornalistas em Gaza muito acima de outros grupos, alerta categoria

Manifestantes estendem coletes de imprensa com nomes dos jornalistas mortos por Israel na Faixa de Gaza, em Washington DC, EUA, em 27 de abril de 2024 [Mostafa Bassim/Anadolu via Getty Images]
Manifestantes estendem coletes de imprensa com nomes dos jornalistas mortos por Israel na Faixa de Gaza, em Washington DC, EUA, em 27 de abril de 2024 [Mostafa Bassim/Anadolu via Getty Images]

Jornalistas que tentam cobrir os dez meses de genocídio israelense contra Gaza sitiada estão morrendo em um ritmo muito superior a qualquer outra profissão, corroborou a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), ao sugerir ataques diretos e deliberados à categoria.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“A mortalidade entre jornalistas é muito, muito maior do que qualquer outra profissão civil”, comentou Tim Dawson, vice-secretário-geral da federação. “De fato, mais de 12% dos jornalistas de Gaza estão mortos, uma taxa de mortalidade já extraordinariamente alta até mesmo para soldados de infantaria”.

Em 10 de agosto, dois jornalistas — Tamim Ahmed Abu Muammer da rede Palestine TV e Abdullah Mahir al-Susi do canal Al-Aqsa — foram mortos por ataques israelenses, ao elevar os índices de fatalidade a 168 vítimas de várias nacionalidades.

Dawson reafirmou que as ações israelenses violam a lei humanitária internacional e as leis de guerra.

Dawson reiterou ainda esforços de vigilância avançada contra a categoria, incluindo por sistemas de espionagem e monitoramento como Lavender, Gospell e Pegasus.

“Sabemos que o exército israelense possui softwares bastante sofisticados que podem rastrear as pessoas e programar drones para entregar a morte certa a endereços bem específicos”, alertou Dawson.

LEIA: ‘Estuprado por soldadas’: Palestino em foto vazada de Sde Teiman fala

Para além dos assassinatos, o dirigente condenou a censura na imprensa israelense, ao denunciar “tentativas de controlar a narrativa” sobre a cobertura em Gaza.

“[Israel] excluiu a imprensa estrangeira de Gaza. Jornalistas internacionais peticionaram uma e outra vez para poderem entrar, mas foram recusados. Sabemos que o regime de Israel vem tornando difícil a vida de jornais que adotam uma perspectiva ligeiramente distinta de sua própria sobre o conflito em curso”, explicou Dawson.

A federação rechaçou ainda a perseguição política à rede Al Jazeera, cujas redações em Israel foram fechadas e cujos jornalistas foram expulsos do país.

Dawson ressaltou a demanda por acesso irrestrito da imprensa e proteção de equipes que trabalhem em condições de perigo e notou que a FIJ registrou queixas no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Israel pelas violações à imprensa.

Dawson reivindicou, por fim, uma investigação internacional detalhada contra aqueles responsáveis pelos crimes de guerra e lesa-humanidade contra a categoria.

As ações israelenses em Gaza — punição coletiva e genocídio — deixaram ao menos 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

Israel desacata medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado na cidade de Haia, na Holanda, e resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas para desescalada e fluxo humanitário contínuo.

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments