A Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) confirmou que Israel reduziu as chamadas “zonas seguras” — de caráter supostamente humanitário — a somente 11% do território de Gaza, gerando pânico entre os cidadãos sucessivamente deslocados pela guerra.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em nota emitida no sábado (17), informou a UNRWA: “Milhares de famílias continuam a ser deslocadas em Gaza, à medida que as autoridades israelenses disseminam novas ordens de evacuação. As chamadas ‘zonas humanitárias’ encolheram a apenas 11% do enclave, causando caos e medo entre os deslocados”.
A agência reiterou seu apelo a um cessar-fogo imediato.
Entre sexta-feira e sábado, o exército da ocupação israelense voltou a ordenar aos civis palestinos que evacuem imediatamente às áreas sul e central de Gaza, sob ameaças de novos bombardeios.
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Louise Wateridge, oficial de comunicação da UNRWA, comentou na plataforma de rede social X (Twitter): “Mais uma ordem de evacuação — milhares de famílias acabaram de chegar na área, após outra ordem para que deslocassem de Khan Younis”.
“Através das janelas destroçadas, nada senão casas e vidas destruídas. Pessoas presas em um pesadelo sem fim”, acrescentou.
Na terça-feira (13), a UNRWA confirmou que 84% do território sofreu sucessivas ordens de evacuação desde 7 de outubro, quando Israel deflagrou seu genocídio.
Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e medidas cautelares por desescalada e socorro humanitário do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia.
As ações israelenses em Gaza deixaram ao menos 40.100 mortos, 92.500 feridos e dois milhões de desabrigados até então. O enclave está em ruínas, sob cerco absoluto: sem comida, água ou medicamentos.
Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.
Escolas, hospitais, abrigos e rotas de fuga não foram poupados.
Israel é também réu por genocídio em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro.
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