A educação voltará a Gaza nos campos de deslocados internos, prometeu o ministro da pasta da Autoridade Palestina, Amjad Barham, neste domingo (18).
“A situação educacional na Faixa de Gaza é uma tragédia”, afirmou o ministro. “O que a ocupação israelense quer é destruir o futuro nas almas de nossas crianças”.
“No entanto, decidimos que a educação deve voltar a Gaza mesmo que seja nas tendas dos deslocados, apesar dos bombardeios indiscriminados de Israel”, acrescentou.
Barham notou que o aprendizado remoto está disponível aos estudantes de Gaza e de outras partes dos territórios ocupados, embora, no enclave costeiro, seja restrito pelo cerco absoluto de Israel — sem comunicação ou energia elétrica.
Barham reiterou que os exames de ensino médio serão mantidos, embora representem uma das maiores dificuldades a sua pasta.
O ministro pediu o apoio necessário da comunidade internacional para os processos de ensino na Palestina ocupada, ao denunciar os planos e ataques deliberados de Tel Aviv contra “este importante aspecto da vida, à medida que estudantes são a pedra angular de uma nova geração”.
“Das 309 escolas [em Gaza], ao menos 290 foram destruídas e o restante foi adaptado para abrigar os deslocados”, corroborou Barham. “Instalações de ensino da Agência da ONU para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) não saíram livres da guerra israelense a Gaza, mas ainda assim se tornaram abrigos aos deslocados”.
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“Oitenta porcento das universidades foram destruídas e 630 mil estudantes estão sem acesso à educação”, minuciou o ministro. “Perdemos 9.500 estudantes para a agressão israelense, além de 15 mil feridos e cinco mil que se tornaram deficientes”.
Segundo sua pasta, cerca de 19 mil estudantes foram mandados ao Egito, para permitir que concluíssem sua educação no país.
O número, no entanto, é bastante aquém das demandas da Faixa de Gaza sitiada, com uma população considerada jovem, com metade de menores de idade, de um total de aproximadamente 2.4 milhões de pessoas.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 40 mil mortos e 92 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.
Escolas, hospitais, abrigos e rotas de fuga não foram poupados.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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