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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Problemas de Israel são ‘profundos, irremediáveis’, diz pesquisador dos EUA

Israelenses protestam contra o governo do premiê Benjamin Netanyahu, reivindicam troca de prisioneiros com o grupo palestino Hamas, em Jerusalém ocupada, em 27 de junho de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

O renomado professor de ciências políticas, dr. John Mearsheimer, da Universidade de Chicago, emitiu uma análise “agourenta” sobre as condições em Israel, ao notar que os problemas do Estado ocupante são “profundos e irremediáveis” e tendem a piorar.

Mearsheimer fez seu alerta durante entrevista com Andrew Napolitano, ex-juiz de Nova Jersey e comentarista da rede de extrema-direita Fox News.

Para Mearsheimer, após dez meses de guerra implacável contra os palestinos de Gaza, as forças israelenses estão exauridas, sem conseguir, no entanto, derrotar o movimento de resistência Hamas.

“Israel está encurralado em Gaza”, argumentou o pesquisador. “É um vespeiro de onde tiveram de sair em 2005”, enfatizou Mearsheimer, em referência à retirada colonial do então primeiro-ministro Ariel Sharon.

Conforme sua avaliação, Tel Aviv não consegue compreender, no presente momento, a devastação catastrófica e os problemas em aberto causados em Gaza, imediatamente do outro lado da fronteira.

“De fato”, ressaltou Mearsheimer, “Israel não tem solução militar a ameaças externas, como o Hezbollah [no Líbano]”.

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Sobre uma eventual propagação da guerra, replicou Mearsheimer: “Mesmo que Israel entre em guerra com o Irã, e não importa o quanto de força aplique contra Teerã, este — prestes a adquirir uma bomba nuclear — ainda estará lá”.

Para o pesquisador nova-iorquino, Israel é tomado ainda por um caos interno e vive “à margem de uma guerra civil”.

Além disso, com base na alta dependência política e financeira em relação aos Estados Unidos, é difícil argumentar, de acordo com Mearsheimer, que Israel se trate, de facto, de um Estado independente.

Recentemente, críticas entre acadêmicos, pesquisadores e analistas em solo americano — tradicionalmente alinhados ao projeto colonial israelense — alcançaram uma escala sem precedentes.

Para diversos analistas, os recentes assassinatos de Fuad Shukr, comandante do grupo Hezbollah, em Beirute, e Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, em Teerã, mostram intenção do governo israelense de atrair Washington a uma nova guerra.

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Haniyeh era considerado homem-chave para as negociações sobre Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por sua vez, é acusado de protelar um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros em causa própria, apreensivo com o colapso de seu governo e sua eventual prisão por corrupção.

Em editorial recente, o jornal The Washington Post indicou que o presidente Joe Biden parece fraco diante da escalada de Tel Aviv, em particular, em pleno ano eleitoral.

Biden era o candidato democrata às eleições de 20 de novembro, mas deixou a corrida devido a apreensões sobre sua idade, sendo substituído por sua vice, Kamala Harris. Do lado republicano, está Donald Trump, também alinhado a Israel.

O regime israelense mantém ataques indiscriminados contra Gaza desde 7 de outubro, após uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados.

Neste entremeio, Biden se mostrou implacável em encobrir as ações de Israel mediante vetos diplomáticos e venda de armas, apesar de protestos de massa que tomaram seu país, sobretudo nas universidades.

Israel age em desacato de uma resolução do Conselho de Segurança para negociações, assim como medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, para desescalada e fluxo humanitário.

O exército da ocupação mantém ainda disparos e ameaças contra Líbano, Síria e Iêmen, além do atentado contra Haniyeh em Teerã.

Em Gaza, são mais de 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados até o momento. Entre as fatalidades, 15 mil são crianças.

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