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Smotrich lança campanha para expulsar palestinos e anexar ‘Área B’ da Cisjordânia

Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, discursa no parlamento israelense (Knesset), em Jerusalém ocupada, em 3 de junho de 2024 [Saeed Qaq/SOPA Images/LightRocket via Getty Images]

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, lançou no domingo (18) uma nova campanha de anexação de terras na “Área B” da Cisjordânia ocupada, a fim de expulsar palestinos e demolir instalações de infraestrutura civil.

Em nota divulgada na rede social X (Twitter), o político supremacista reportou sua visita à região, que constitui 3% da Cisjordânia ocupada e recai sob gestão civil da Autoridade Palestina e controle militar das forças israelenses.

Conforme Smotrich, a área tem função estratégica a Israel, ao integrar o bloco colonial de Gush Etzion e conectar os assentamentos ilegais a Jerusalém ocupada.

Smotrich, ativista colonial e ele mesmo um colono ilegal, acusou a Autoridade Palestina de investir recursos na contiguidade territorial da região, a qual extremistas israelenses reivindicam sob seu controle.

“A Autoridade, com uma grande soma em dinheiro e energia, tenta tomar o leste, a fim de criar contiguidade territorial norte–sul e leste–oeste e essencialmente cessar nossa contiguidade”, alegou o ministro.

“Há grandes danos à paisagem aqui, em uma das áreas mais importantes do Estado de Israel [sic]”, acrescentou em detrimento do reconhecimento internacional de se tratar de terras palestinas.

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“Há cerca de um mês, minha proposta para aplicar o Acordo de Wye, que determina a proteção da reserva contra obras e controle palestinos, foi aprovado pelo gabinete de segurança”, proclamou Smotrich. “Conforme a decisão [unilateral], a gestão passou da Autoridade Palestina à Administração Civil [órgão colonial de sua pasta]”.

Relatos recentes confirmaram que o regime israelense, a pedido de Smotrich, aprovou o processo de “legalização” de cinco postos avançados, sob a lei israelense, na “Área B” da Cisjordânia ocupada.

O Acordo de Oslo II, de 1995, dividiu a Cisjordânia em três áreas: A, sob gestão total da Autoridade Palestina; B, sob gestão mista; e C, que compreende 61% do território, sob controle absoluto de Israel.

Oslo prometia, em troca, um processo para o estabelecimento de um Estado palestino, conforme a chamada solução de dois Estados. Israel, no entanto, obstruiu negociações ao longo dos anos.

A Cisjordânia foi ocupada por Israel em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Todos os assentamentos e seus colonos na região são ilegais sob a lei internacional.

Nos últimos anos, o exército israelense tem conduzido operações regulares nas aldeias e cidades ocupadas da Cisjordânia, com uma escalada sem precedentes no contexto do genocídio em Gaza, desde 7 de outubro.

Neste período, disparos israelenses deixaram ao menos 632 mortos e 5.400 feridos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além de dez mil detidos em uma campanha hostil que dobrou a população carcerária palestina.

Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, admitiu como “ilegal” as décadas de ocupação israelense em terras palestinas e exigiu evacuação imediata de todos os assentamentos e reparações aos nativos.

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