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Israel matou 16.400 crianças em Gaza desde outubro, reportam autoridades locais

Familiares lamentam crianças mortas por ataque israelense ao campo de refugiados de Nuseirat no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, Gaza, em 10 de agosto de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

Ao menos 16.480 crianças palestinas foram mortas por ataques de Israel contra a Faixa de Gaza sitiada desde 7 de outubro, reportaram autoridades locais nesta segunda-feira (19), segundo informações da agência de notícias Anadolu.

Vítimas incluem 115 bebês”, notou Ismail Thawabteh, chefe do gabinete de imprensa do governo local.

Além disso, ao menos 35 crianças morreram devido a desnutrição e desidratação sob o cerco absoluto imposto por Israel, que deflagrou uma catástrofe de fome.

“Ao menos 3.500 crianças de Gaza enfrentam risco de morte por falta de alimento sob as restrições israelenses à entrega assistencial”, advertiu Thawabteh.

Conforme estimativas, mais de 17 mil crianças perderam ao menos um dos pais para os ataques israelenses — número crescente que deu origem a uma nova sigla: em inglês, WCNSF (“Wounded Child No Surviving Family”); em português, CFSFS (“Criança Ferida Sem Família Sobrevivente”).

Por meses, órgãos das Nações Unidas e entidades internacionais — como as ongs Save the Children e Médicos Sem Fronteiras (MSF) — alertam para os danos psicológicos da campanha israelense à infância, para além de lesões físicas, incluindo amputações sem anestesia.

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“O trauma emocional de ter de fugir de balas e bombas, perder entes queridos, ter de correr pelas ruas entre escombros e corpos e acordar toda manhã sem saber se haverá comida afeta também parentes e tutores que não sabem mais o que fazer”, observou a Save the Children.

Ao menos metade das escolas de Gaza foram bombardeadas pelas forças israelenses. O restante teve de se converter em abrigos, onde famílias sucessivamente deslocadas se veem em condições precárias de superlotação.

As crianças estão também vulneráveis a doenças, como hepatite e meningite, além do eventual ressurgimento da poliomielite — ou paralisia infantil — após o descobrimento de um primeiro paciente com o vírus em mais de 25 anos.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando mais de 40 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Hospitais, escolas e até mesmo abrigos aos refugiados, sob bandeira da ONU, não foram poupados.

Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares por fluxo humanitário contínuo do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia de genocídio deferida em janeiro.

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